COIMBRA,4 de Outubro de 2024

“Mato Seco em Chamas” foi o grande vencedor do Festival Caminhos do Cinema Português

21 de Novembro 2022 Rádio Regional do Centro: “Mato Seco em Chamas” foi o grande vencedor do Festival Caminhos do Cinema Português

O filme “Mato Seco em Chamas”, de Joana Pimenta e Adirley Queirós, foi o vencedor do Grande Prémio da 28.ª edição do Festival Caminhos do Cinema Português, que terminou no passado sábado (19), em Coimbra.

Sobre este trabalho recentemente premiado no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, o júri considerou tratar-se de “um filme que se adentra no seio de uma comunidade forte”, no qual “a sensualidade, a resistência e a chama da revolução ardem entre petróleo, música e corpos que próximos sugerem outros futuros”. Para o júri, “Mato Seco em Chamas” é “um jogo híbrido que dissipa fronteiras e convoca uma estética distópica, a partir da qual se antecipa o utópico”.

O prémio de Melhor Ficção foi para “Fogo-Fátuo” de João Pedro Rodrigues — também premiado há pouco tempo no Festival, tendo o júri considerado que, “depois do isolamento pandémico”, é um trabalho que “reclama a sala de cinema como experiência colectiva onde os risos se contagiam, as cores e os espaços deliciam”.

Quanto ao prémio de Melhor Curta-Metragem, o júri atribuiu-o a “2.ª pessoa”, de Rita Barbosa, considerando-o um “filme desassombrado que oferece o seu tempo a uma voz testemunhal para o resgate de histórias por contar”. “Através de uma câmara planante sobre as superfícies verticais da cidade somos conduzidos ao segredo”, sustentou o júri.

“Atrás dessas paredes”, de Manuel Mozos, foi a escolha do júri para o prémio de Melhor Documentário, considerando tratar-se de um trabalho no qual “imagens de outros tempos, como fantasmas, trazem de volta um passado que, não esquecido, adensa o hoje se não nos demitirmos de reflectir sobre lugar público e privado”.

“Ice Merchants”, de João Gonzalez, venceu o prémio de Melhor Animação, considerando o júri tratar-se de “um filme sensorial e vertiginoso na escolha da perspectiva, com um uso brilhante da cor como símbolo e ausência, do som como extensão dos movimentos e adensamento da acção”. O prémio Revelação foi para a jovem actriz Lua Michel que, “na qualidade inocente com que se entrega a cada relação” no filme Alma Viva, encontra “em cada uma delas um estar denso, construindo uma ideia interior da relação entre o real e o transcendente”. “Alma Viva”, realizado pela luso-francesa Cristèle Alves Meira, é o filme que vai representar Portugal nos Óscares.

O prémio de Melhor Interpretação Principal foi atribuído a Pedro Fasanaro, em Deserto Particular, pela sua “interpretação inteira na construção das duas personagens, Sara e Robson”, enquanto o galardão de Melhor Interpretação Secundária foi para Ana Padrão, em “Alma Viva” que com “uma interpretação despojada numa travessia corajosa” vai “alicerçando a fronteira entre os géneros de ficção e documentário”.

Quanto aos restantes premiados na 28.ª edição do Festival Caminhos do Cinema Português, o Melhor Filme da Selecção Outros Olhares foi para “Objectos de Luz”, de Acácio de Almeida e Maria Carré, tendo sido ainda atribuída uma Menção Honrosa a Luana, de Maria Simões e Tiago Melo Bento.

Na Selecção Ensaios, o júri atribuiu o prémio de Melhor Ensaio Internacional a “Ventanas”, de Jhon Ciavaldini, e uma Menção Honrosa para Ensaio Internacional a “The Midwife”, de Anne-Sophie Bailly.

A Menção Honrosa Ensaio Nacional de Animação foi para “Rua do Caneiro”, de Leonor Faria Henriques, o Melhor Ensaio Nacional de Animação para “A maior gaiola do mundo”, de Marta Ribeiro e Catarina Colaço, o Prémio de Melhor Ensaio Nacional para “Mistida”, de Falcão Nhaga e a Menção Honrosa Ensaio Nacional para “No Fim do Mundo”, de Abraham Escobedo-Salas.

“Viagem ao Sol”, de Ansgar Schaffer e Susana de Sousa Dias, arrecadou o Prémio de Imprensa, e “Às vezes os dias, às vezes a vida”, de Janine Gonçalves, a Menção Honrosa.

No que respeita à Federação Internacional de Cineclubes, o Prémio D. Quijote foi para “Alma Viva”, de Cristèle Alves Meira, e a Menção Honrosa para “Garrano”, de David Doutel & Vasco Sá.

Na categoria Selecção Caminhos, o prémio de Melhor Som foi atribuído a Ed Trousseau (Ice Merchants), o de Melhor Realização a Cristèle Alves Meira (Alma viva), e o de Melhor Montagem a Miguel da Santa (Aos dezasseis).

O prémio de Melhor Guarda-Roupa foi para Patrícia Dória (Fogo-Fátuo), o de Melhor Fotografia para Joana Pimenta (Mato Seco em Chamas), o de Melhor Direcção Artística para João Rui Guerra da Mata (Fogo-Fátuo), o de Melhor Cartaz para Tiago Carvalho (Aos Dezasseis) e o de Melhor Caracterização para Sofia Frazão (A Rapariga Imaterial).

Carlos Guerreiro e Manuel Riveiro (Os Demónios do meu Avô) venceram o prémio de Melhor Banda Sonora Original, Cristéle Alves Meira e Laurent Lunetta (Alma viva) o de Melhor Argumento Original, Ana Padrão (Alma viva) o de Melhor Interpretação Secundária e Pedro Fasanaro (Deserto particular) o de Melhor Interpretação Principal.

Lua Michel (Alma viva) venceu o Prémio FSS Revelação, “2.ª pessoa” (Rita Barbosa) o Prémio União de Freguesias de Coimbra Melhor Curta-Metragem e Ice Merchants (João González) o Prémio Turismo do Centro Melhor Animação.

O Prémio Universidade de Coimbra Melhor Documentário foi para “Atrás dessas paredes”, de Manuel Mozos, o Prémio Cidade de Coimbra Melhor Ficção para “Fogo-Fátuo” (João Pedro Rodrigues), o Grande Prémio Cidade de Coimbra para “Mato seco em Chamas” (Joana Pimenta e Adirley Barbosa e o Prémio do Público Crisótubos para “Alma Viva” (Selecção Caminhos), “Cesária Évora” (Outros Olhares) e “Midnight glow” (Ensaios).

A 28.ª edição do Festival Caminhos do Cinema Português começou no dia 5 e durante a mostra foram exibidos 162 filmes no Teatro Académico de Gil Vicente, na Casa do Cinema de Coimbra, no Auditório Salgado Zenha e no Convento São Francisco.

Fonte: Campeão das Províncias

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