A quarta edição do festival e laboratório internacional Linha de Fuga, que decorre entre os dias 1 e 30 de Novembro, em diversos espaços da cidade de Coimbra, vai desafiar o público a “enfrentar medos”.
O Linha de Fuga é um projecto que apresenta “características únicas”, já que o festival se realiza paralelamente ao laboratório, afirma a directora e curadora do evento, Catarina Saraiva, ao longo da conferência de apresentação, acrescentando que “não há nenhum festival em Portugal com esta característica de juntar peças terminadas com processos em criação”.
Este ano, subordinado ao tema “Enfrentar medos”, pretende-se discutir sobre se, “enquanto colectividade”, é possível “resistir e ultrapassar os medos que nos são” colocados na sociedade, explicou.
Ligado a esta temática, em parceria com o Observatório Masculinidades do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, há um “aquecimento”, uma série de conversas que têm início antes do festival e que se entendem até 5 de Dezembro.
Denominados “Conversas sem Medo”, académicos, activistas e artistas reúnem-se para sete diálogos, estando o primeiro agendado para quinta-feira, 17 de Outubro, no Centro Cultural Penedo da Saudade.
A programação do Linha de Fuga inclui espectáculos, performances, exposições, conversas e ‘workshops’.
O Festival arranca com a peça Belonging, de Raquel André, nos dias 1 e 2 de Novembro, na Oficina Municipal do Teatro – O Teatrão, e apresenta também o espectáculo de dança com criação, performance e direcção de Francisco Thiago Cavalcanti, “Também se Matam Cavalos”, do Colectivo Um Cavalo Disse Mamãe, a 29 de Novembro, no Convento São Francisco (CSF).
Em termos de estreias absolutas, há o ‘stand-punk-comedy’ de Paloma Calle, intitulado “Paloma Calle que se Calle”, no dia 15 de Novembro, no Salão Brazil, e o percurso Corpo/Território, dos artistas Jorgette Dumby, Keissy Carvelli e Malu Patury (esta última com colaboração dramatúrgica de Thales Luz), com performances nos dias 9 e 10 de Novembro, no CSF, e, posteriormente, no dia 30, na Baixa da cidade.
A estreia nacional de “Mistura#8”, uma performance-movimento de Marina Guzzo, com uma oficina de 6 a 9 de Novembro, e a travessia performativa no dia 10, é outra das propostas.
Enquanto o Festival tem lugar entre 1 e 30 de Novembro, o Laboratório internacional de criação acontece entre os dias 1 e 25, com 12 artistas de diferentes países.
Os membros deste Laboratório terão a possibilidade de apresentar os seus trabalhos nos dias 16 e 17, algo facultativo, esclareceu Catarina Saraiva, sublinhando que os projectos seleccionados (12, num universo de cerca de 100 candidaturas) estão “em estágios muito diferentes” de desenvolvimento.
O público poderá desfrutar ainda do laboratório “Entre o mistério e maestria – ordem, conflito e delírio”, de Gustavo Ciríaco, entre os dias 4 e 8 de Novembro, na Casa Municipal da Cultura, assim como do ‘workshop’ de Paloma Calle, “A Arte e os desafios das dinâmicas sociais”, de 11 a 13 de Novembro, no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC).
A directora do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Coimbra, Maria Carlos Pêgo, presente na conferência, anunciou um apoio da autarquia de cerca de 22 mil euros para esta edição do Linha de Fuga, afirmando que o evento apresenta uma “programação muito eclética, diversificada”.
O projecto conta ainda, entre outros, com o apoio financeiro da República Portuguesa – Cultura DGArtes.
Fonte: Campeão das Províncias
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