Um grupo de três arquitectos apresentou alternativas aos pressupostos do plano de pormenor para a Estação Intermodal de Coimbra, propondo uma solução que abdica de uma nova ponte rodoviária sobre o Mondego.
Num evento público realizado esta quarta-feira no Salão Brazil, em Coimbra, o grupo apresentou uma proposta intitulada “Parque Multimodal do Choupal”, que procura responder àquilo que são os pressupostos e intenções já anunciadas para o plano de pormenor da Estação Intermodal de Coimbra, desenhado pelo arquitecto catalão Joan Busquets no âmbito do projecto da linha de alta velocidade e que será apresentado e discutido a 15 de Março.
Adelino Gonçalves, Luís Paulo Sousa e Paulo Antunes defendem, na sua proposta, a criação de um parque urbano de 48 hectares que deverá estar articulado com a Mata Nacional do Choupal, a futura Estação Intermodal, o pavilhão multiusos previsto no Plano Director Municipal para aquela zona e o Vale de Coselhas.
Tal como o Município, os arquitectos defendem o fim do viaduto do IC2 ao longo da Rua do Padrão (via que liga o centro da cidade à estação ferroviária), mas entendem que o seu fim não exige a criação de uma nova ponte rodoviária sobre o Mondego, tal como defendido pela autarquia, apresentando como solução alternativa o desvio do trânsito para a rotunda da Fucoli e criação de um túnel que permita retomar o IC2 a norte.
O grupo defende também o fim do tráfego rodoviário no tabuleiro inferior da Ponte-Açude e propõe um novo desenho na forma como o Sistema de Mobilidade do Mondego chega à futura DEstação, para permitir, no futuro, uma expansão daquela rede de MetroBus a norte do concelho.
Ao contrário de Busquets, que defende um desenvolvimento urbano, com três torres que podem ter múltiplos usos, a poente, os arquitectos propõem uma intensificação do desenvolvimento urbano a nascente, junto à Rua do Padrão.
Para esta proposta e por forma a reduzir o tráfego rodoviário que acaba por atravessar a cidade, os arquitectos defendem a conclusão do Plano Nacional Rodoviário em Coimbra, nomeadamente o prolongamento da A13 a norte, ligando-a ao IP3, permitindo criar uma circular regional externa, que consideram que deveria estar isenta de portagens.
Para Luís Paulo Sousa, a proposta de Joan Busquets permite uma travessia de tráfego sobre a malha urbana a ser edificada, considerando que aquilo que o grupo defende permite um maior foco na mobilidade suave em toda a zona que será intervencionada.
Para além da conclusão do Plano Nacional Rodoviário, os três arquitectos propõem também que se avance com o já previsto anel da Pedrulha.
Luís Paulo Sousa considera ainda que a actual proposta permitiria também aproveitar uma “área de grande conforto pedonal” de cerca de 400 hectares no centro de Coimbra.
Presente na sessão, o fundador da tecnológica Critical Software, Gonçalo Quadros, realçou a importância de Coimbra aproveitar a actual oportunidade da alta velocidade para que possa “fazer emergir uma nova cidade”.
Já o arquitecto Nuno Grande, também presente na sessão, considerou que a proposta apresentada está demasiado focada nas propostas rodoviárias para a zona, considerando que é dada pouca atenção à própria Estação, algo que considera também acontecer na proposta de Busquets, ficando diluída no meio das torres que são projectadas para aquela área. “A Estação deve ser o objecto que qualifica aquela zona”, apontou.
Questionado sobre uma maior integração do Monte Formoso na cidade, Luís Paulo Sousa esclareceu que propõem uma ligação mecanizada entre a cota daquela zona e a futura Estação intermodal.
Para além da sessão pública, o grupo disponibilizou as suas propostas no ‘site’ parquemultimodaldochoupal.eu e lançou uma petição pública onde é defendida a sua ideia para aquela zona da cidade (https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT119923).
Fonte: Campeão das Províncias
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