O Simpósio Teológico-Pastoral, organizado anualmente pelo Santuário, realiza a partir de hoje, “Fátima, hoje: pensar a Santidade”.
Tendo como o exemplo dos primeiros dois santos de Fátima, em particular de Jacinta Marto, o Santuário propõe três dias de reflexão sobre aquela que é a identidade e o desejo de uma comunidade cristã – a santidade –, e que constitui a sua principal marca ao longo de mais de dois mil anos.
A iniciativa tem transmissão em directo nos meios digitais do Santuário de Fátima.
Na sessão de abertura, o Cardeal D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, advertiu os cerca de 220 participantes no sentido de não se poder falar da santidade “só como património do passado”.
“O futuro da Igreja é também história da santidade”, disse ainda, lembrando que sem os santos “a sociedade é constrangida a sofrer uma dramática escassez de amizade e harmonia, como também de um excesso de ódio e de contraposição”.
O bispo considera que “confinar Deus na religião e na Igreja é uma tentação forte face ao mundo difícil, contraditório, global e em crise global em que nos toca viver, mas os grandes santos amaram o mundo do seu tempo em crise”.
“Devemos, pois, aproveitar ao máximo o rico património dos santos da Igreja local e universal, irmãos mais velhos na fé, que nos confirmam que o caminho da santidade não só é possível e praticável, mas dá grande alegria e nesta linha, aqui em Fátima, a santidade dos pastorinhos é inspiradora, memória preciosa a não perder, mas a vivificar”, explicou D. António Marto.
Já o reitor do Santuário de Fátima, o padre Carlos Cabecinhas, deu as boas-vindas aos cerca de 220 participantes, e lembrou que “Fátima é escola de Santidade, quer na mensagem do Anjo e de Nossa Senhora, quer nos seus protagonistas, nomeadamente os Santos Francisco e Jacinta Marto”.
“A mensagem de Fátima apresenta caminhos de santidade e exorta à santidade, por outro lado nos Pastorinhos encontramos rostos concretos dessa santidade a que somos chamados”, disse.
Marco Daniel Duarte, presidente da comissão científica e organizadora do Simpósio, considera que apesar da iniciativa ter sido adiada durante um ano, o “conteúdo não passa de validade e aparece enriquecida com aquilo que este tempo traz”.
“A expressão santidade foi sempre tomada como definidora da própria comunidade cristã, na sua identidade e desejo e também em Fátima faz sentido, hoje, pensar a santidade, pela experiência que o acontecimento e a história da Cova da Iria propõem à humanidade”, reiterou.
No programa de hoje, as comunicações estão a cargo de Crispino Valenziano, do Pontificio Colégio de Santo Anselmo; Jerónimo Trigo, teólogo moralista da Universidade Católica; Teresa Messias, da mesma Universidade; Amália Saraiva da Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima e da investigadora Marta Brites.
Esta noite terá ainda um momento cultural, “Da música Mariana nas Raízes Lusófonas. Recriações etnomusicológicas “por B’rbicacho, que decorrerá no Foyer do Centro Pastoral de Paulo VI, na primeira noite do simpósio.
O projeto que junta uma viola da gamba, um clarinete, uma guitarra e três vozes femininas, partindo da época medieval e viajando até ao presente, passando sobretudo pela música de raiz lusófona, propõe um baile, onde é possível saborear desde o malhão mais incôndito à mais doce das mazurkas.
As comunicações podem ser acompanhadas em direto aqui.
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