O auditório do Museu da Pedra abre as suas portas no próximo dia 10 de Novembro, domingo, para acolher um espectáculo de música contemporânea com o Quinteto de Cordas QCContemporâneo, da Associação Cultural Ritornello. Fazem parte desta formação António Ramos e Clara Dias, no violino, Diana Antunes e Clara Dias, na viola, e Rogério Peixinho, no violoncelo.
Com a intenção de oferecer uma oportunidade única de vivenciar novas sonoridades carregadas da expressividade e energia que este grupo sempre traz aos seus concertos, sobem ao palco pelas 21h00, com a interpretação de quatro obras de compositores portugueses: “Komorebi, para quinteto de cordas”, de Sara Carvalho; “Entwine (Entrelaçar), para quinteto de cordas 2024, de João Pedro Oliveira, “Corais do Monte, para quinteto de cordas”, de Amílcar Vasques Dias e “Encircled by Kandinsky, para quinteto de cordas”, de Ana Magalhães.
A obra “Komorebi” explora a beleza dos momentos únicos, inspirada pela luz do sol que passa entre as árvores. Cada gesto musical é subtilmente diferente, reflectindo a ideia de que nada se repete, mesmo quando parece igual. Influenciada pelo filme “Perfect Days” de Wim Wenders, a peça traduz sonoramente a percepção de que cada instante é irrepetível.
“Entwine”é construída a partir da oposição entre dois materiais musicais distintos: um delicado e cromático, com momentos microtonais, e outro enérgico e quase tonal, baseado em amplos intervalos consonantes. Ao longo da peça, esses elementos entrelaçam-se de formas variadas, criando tensão e contraste. O ritmo, inspirado na irregularidade de um “disco riscado”, quebra a fluidez natural da música, gerando um carácter imprevisível.
Já a obra “Corais do Monte” surge da vontade de divulgar o cante alentejano, através de uma nova abordagem musical. Baseada em dois clássicos do cante – “Ao romper da bela aurora” e “Alentejo, terra sagrada do pão” – e complementada por uma composição original, “Entre o vento e a seara”, a peça une o tradicional ponto e alto com o piano.
Por fim, a obra de Ana Magalhães, faz a interpretação musical de “Several Circles”, de Wassily Kandinsky e explora a relação entre cor, forma e emoção, traduzindo visual em som. Dividida em quatro miniaturas, a interpretação procura capturar a capacidade da pintura de nos transportar para outra dimensão, criando uma experiência sonora que complementa a visual.
Com entrada gratuita, este espectáculo faz parte de um ciclo de concertos que no total vai passar por 10 concelhos, no âmbito da programação cultural proposta pela Ritornello – Associação Cultural, com o apoio dgARTES – Direção Geral das Artes, Antena 2, Câmara Municipal de Coimbra e Diário de Coimbra.
Este concerto é também uma oportunidade para visitar o Museu de Arte e do Coleccionismo de Cantanhede, que está aberto no sábado, das 10h00 às 18h00.
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