O envelhecimento da população é hoje um dos maiores desafios sociais e de saúde, exigindo respostas inovadoras e inclusivas. A propósito do Dia Mundial do Idoso, que se assinala hoje, 1 de Outubro, o Professor Manuel Carrageta, presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia, deixa um alerta: o preconceito etário continua a ser uma barreira invisível que prejudica o acesso a cuidados de saúde adequados.
“Um dos maiores desafios que as pessoas idosas enfrentam é o idadismo, o preconceito mais generalizado na nossa sociedade”, sublinha o especialista. Este fenómeno, acrescenta, traduz-se numa menor probabilidade de tratamento e em piores resultados clínicos. “As pessoas idosas são frequentemente estereotipadas como frágeis e dependentes, o que leva a uma prestação de menos cuidados”.
A par do preconceito, Manuel Carrageta identifica outro problema crescente: a solidão. “É uma verdadeira epidemia, associada a riscos significativos para a saúde, desde a ansiedade e depressão até à demência, AVC, doença cardíaca e cancro. Os efeitos nocivos podem ser comparados aos do tabaco, chegando mesmo a superar os da obesidade ou da inactividade física”.
O diagnóstico precoce surge como uma oportunidade vital, mas nem sempre concretizada. Muitos idosos assumem que sintomas como fadiga, falta de ar ou esquecimentos são “normais” da idade, deixando de os reportar ao médico. Para complicar, as doenças apresentam-se, frequentemente, de forma atípica nesta faixa etária. “Na insuficiência cardíaca, por exemplo, em vez da falta de ar e edemas, os sinais podem ser fadiga, confusão mental, quedas ou insónia, o que dificulta a identificação precoce”, explica o presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia.
Face a estes obstáculos, os cuidados continuados assumem-se como pilar essencial para garantir dignidade e qualidade de vida. “São fundamentais para que as pessoas idosas recebam o apoio necessário e mantenham os seus direitos básicos e liberdades fundamentais”, reforça Carrageta. Sem esse suporte, os riscos multiplicam-se: isolamento, acidentes evitáveis, problemas de saúde mental e hospitalizações desnecessárias.
Num contexto de necessidades crescentes, a tecnologia desponta como aliada fundamental. Dispositivos vestíveis que monitorizam sinais vitais, sensores domésticos que detectam quedas, programas de inteligência artificial que antecipam problemas de saúde e plataformas de telessaúde já estão a transformar os cuidados. “Estas soluções promovem a detecção precoce, a vida independente e a segurança, ao mesmo tempo que fortalecem a ligação social dos idosos”, sublinha o especialista.
A GE HealthCare, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia, tem procurado impulsionar esta transformação. A empresa aposta em procedimentos menos invasivos para doenças cardíacas e vasculares, comuns em pessoas idosas, e em sistemas que reduzem riscos, tempo de procedimentos e aumentam a eficácia. “Estamos focados em desenvolver aplicações avançadas que otimizam os fluxos de trabalho e melhoram a experiência do doente”, destaca Rui Costa, Diretor-Geral da GE HealthCare em Portugal.
Para além da vertente médica, os sensores inteligentes e dispositivos de monitorização oferecem uma rede de segurança que apoia não só a saúde física, mas também a autonomia e a ligação com a comunidade. Ao reforçar a literacia em saúde e o acompanhamento contínuo, estas ferramentas contribuem para um objectivo maior: prolongar a vida com qualidade, combatendo o idadismo e garantindo que o envelhecimento é vivido com dignidade.
Fonte: Campeão das Províncias
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