O Portugal dos Pequenitos, em Coimbra, vai iniciar em 2025 uma expansão do parque dedicada à arquitectura contemporânea, num investimento de sete milhões de euros que inclui obras de Souto Moura, Siza Vieira e Koolhaas.
O projecto de expansão, que se estende por cerca de um hectare a sul do actual parque temático inaugurado em 1940, vai contar com cinco novos monumentos à escala das crianças, com representações do Pavilhão de Portugal, de Siza Vieira, Casa das Histórias Paula Rego, de Souto Moura, a Casa da Música, de Rem Koolhaas, o Terminal de Cruzeiros de Leixões, de Luís Pedro Silva, e o bar À Margem, de Falcão de Campos.
“O Portugal dos Pequenitos vai crescer cerca de um hectare, dedicado inteiramente à arquitectura contemporânea”, disse a presidente da Fundação Bissaya Barreto, Patrícia Viegas Nascimento, na sessão de apresentação do projecto.
Com um investimento de cerca de sete milhões de euros com recurso apenas a fundos próprios, o projecto levou a Fundação a convidar cinco arquitectos para, “não desvirtuando o conceito que esteve na génese do Portugal dos Pequenitos, representar um dos seus edifícios à escala da criança”, aclarou.
Segundo a presidente da Fundação Bissaya Barreto, além da procura de representar “edifícios icónicos da arquitectura contemporânea”, houve também a intenção de que esses projectos pudessem de alguma forma abordar novos conteúdos nesta expansão, “nomeadamente os temas do mar, dos oceanos, da música e da arte”.
A obra deve arrancar em Junho de 2025 e estar concluída em 2027. De acordo com Patrícia Viegas Nascimento, a integração da futura expansão com o actual parque será através do projecto de arquitectura paisagista, que terá “uma componente muito forte” neste novo investimento, com todos os edifícios “ligados através de percursos e através da botânica”.
Durante a cerimónia, a responsável salientou que o projecto não se limita a uma mera redução de escala de cada uma das representações dos edifícios, obrigando a novos desenhos e propostas por parte dos autores das obras originais.
Num vídeo partilhado durante a apresentação, Siza Vieira, que não pôde estar presente na cerimónia, admitiu “surpresa e alguma reserva” com o convite, considerando que o projecto permitiu fazer uma reflexão sobre a arquitectura e adaptar o Pavilhão de Portugal ao terreno disponível e escala pretendida.
Também o arquitecto Eduardo Souto Moura, presente na apresentação, referiu que não entende sequer o edifício que lá estará como uma réplica da Casa das Histórias, antes “um edifício novo”. Com a mudança de escala, o edifício já não será em betão, mas em madeira, aclarou, referindo que pretendia que as crianças tivessem a mesma sensação que os adultos sentem na Casa das Histórias. “Foi como um laboratório e uma experiência que nunca tive”, disse.
Este projecto de expansão representa a terceira fase de um projecto de investimento da Fundação no Portugal dos Pequenitos, que, no passado, dotou o parque de infra-estruturas e requalificou e adaptou os conteúdos presentes nos pavilhões. O processo de criação desta expansão será também alvo de uma série documental de sete episódios.
Imagem: Ateliê Getout (arquitecto Luís Pedro Silva)
Fonte: Campeão das Províncias
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