Jon Walbrin, actualmente investigador no Proaction Lab na Universidade de Coimbra, é um dos autores de um estudo realizado com o objectivo de explorar se alguma região do cérebro identificaria duas pessoas como uma “unidade” completa.
A investigação foi realizada em voluntários, cujos cérebros foram examinados através de ressonância magnética.
Durante o procedimento os voluntários observaram dois tipos de vídeo: um onde duas pessoas interagiam entre si e outro onde um único indivíduo “interagia sozinho”.
Ao comparar resultados, os investigadores descobriram que apenas uma região do cérebro, a chamada área do corpo extra-estriada (EBA), era sensível às diferenças entre os vídeos. “Esta região é sensível a informação interactiva adicional quando duas pessoas interagem juntas, mas não quando uma delas interage sozinha”, diz Jon Walbrin.
Até recentemente a maior parte da investigação que testou respostas na EBA estava focada em corpos individuais, mas esta equipa mostrou que a região cerebral é sensível não apenas a estes, mas também à interacção de pessoas como uma unidade só com um significado maior que apenas a soma dos dois indivíduos.
Esta descoberta é um passo importante na compreensão de como o cérebro processa interacções complexas entre pessoas. “Para além de ficarmos a saber mais sobre esta habilidade humana fantástica, investigação futura poderá ajudar a compreender problemas de processamento de informação em pessoas com perturbação do espectro do autismo ou esquizofrenia”, acrescentou o investigador.
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