O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) deu, finalmente, parecer positivo ao projecto que visa transformar o degradado edifício da antiga fábrica Cerâmica de Conímbriga, em Condeixa, num centro de desenvolvimento cerâmico/’hub’ de indústrias criativas, anunciou ao TERRAS DE SICÓ o presidente da Câmara, Nuno Moita.
A alegada alteração do tipo de uso do espaço havia levado o IMT a “chumbar” o projecto ‘Condeixa Criativa’, com financiamento assegurado por fundos comunitários no valor de um milhão de euros, no âmbito do PARU (Plano de Acção de Regeneração Urbana).
O parecer daquele instituto é obrigatório dada a proximidade das instalações a uma estrada nacional, no caso o IC2 (antiga Estrada Nacional 1), na Faia.
“Trata-se de uma excelente notícia a situação ter sido desbloqueada, depois de um ano de luta, porque o projecto estava parado e íamos perdendo o financiamento comunitário, fomos inclusive notificados a alertar para esse risco”, referiu o autarca.
Em Julho do ano passado, Nuno Moita revelara o “incómodo” com o parecer negativo do IMT, referindo ter solicitado audiências ao presidente do referido instituto e ao ministro que o tutela, numa tentativa de reverter a situação. O presidente da Câmara já na altura mostrava receio de perder o financiamento alocado ao projecto, temia pela ruína do edifício, “com perigo para toda a gente”, e contestava o argumento da mudança de uso. “Era uma fábrica de cerâmica e agora queremos passá-la a um centro de desenvolvimento cerâmico, onde pretendemos mostrar e preservar a nossa tradição da pintura à mão da cerâmica”, afirmava.
Com o projecto de arquitectura finalizado e alcançado o parecer positivo em falta, Nuno Moita assegura agora que o concurso para a adjudicação da obra “é para avançar quanto antes”.
‘Condeixa Criativa’ constitui uma aposta no empreendedorismo local, estando prevista a criação de espaços de incubação para produção (ateliers), comercialização, demonstração e exposição, bem como espaços de co-work para os empreendedores que se pretendam instalar.
“O Município de Condeixa possui uma importante tradição ligada à produção artesanal de louças pintadas à mão. Esta é uma actividade que ainda emprega algumas dezenas de pessoas, devido à grande percentagem destes artigos que se consegue enviar para exportação. No entanto, estamos perante uma actividade que precisa de inovar e de ser modernizada sobretudo nos aspectos relacionados com a sua promoção e divulgação e ainda no que diz respeito à qualificação de mão-de-obra mais jovem que permita proporcionar um novo dinamismo ao sector”, refere Carlos Cerqueira, coordenador do Departamento de Valorização do Conhecimento e Inovação do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, parceiro da autarquia no projecto, que surge como uma das soluções propostas para lançamento de novas iniciativas empreendedoras de base artística e cultural, especialmente alicerçadas na temática da cerâmica tradicional, que possa servir de pólo de dinamização de actividades empreendedoras no município.
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