Condeixa, centro de conhecimento e cultura

Sob o título de “Casa Grande, Sobradinho e Arquitectura de Produção”, realizaram-se, nos dias 6 e 7 de Julho, as VII jornadas de valorização do património construído, no emblemático espaço da Pousada de Condeixa, local do antigo solar dos Almada.

Um evento promovido pelo Centro de Estudos Vergilio Correia, no âmbito do movimento para a promoção da candidatura de Conímbriga a Património Mundial da Unesco, contando com significativos apoios: Associação Ecomuseu de Condeixa, Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, ARTIS-IHA, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa ou Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, entre outros.

As jornadas tiveram o seu início na noite de 06 de Julho, na Galeria da Pousada, com o lançamento da publicação “Actas das IV jornadas de valorização do património cultural e natural”, realizadas em 2016, apresentadas por José Ruivo, do Museu de Conímbriga – momento abrilhantado por iniciação à música de Jazz.

As jornadas propriamente ditas arrancaram na manhã do dia 7, na Sala Laranjeira da Pousada, com saudação musical Moldávia-Portugal, seguida de intervenções de Miguel Pessoa (Museu de Conimbriga) e Nuno Moita da Costa (presidente da Câmara Municipal de Condeixa).

O dia ficaria marcado por uma maratona de conhecimento e cultura em torno do tema central do “Património Construído”, subordinado a sugestivas sub-temáticas: Raiz de Futuros, Novos Desígnios/Novo Serviço, Projectos e Programas de apoio à sua recuperação, Desenvolvimento e Memória, Valorização do Território, Conservação e Restauro, Trabalhos Arqueológicos e Classificação de Conjuntos Patrimoniais, Monumentos, Palácios, Solares, Casas de Quinta e Arquivos de Família e de Instituições.

A estas jornadas acorreram cerca de 100 participantes, 25 dos quais palestrantes, lotando o espaço disponível e assessorados por uma organização composta por 12 elementos. Um evento que dignificou Condeixa e Região: valorizando o património construído do território, erudito ou popular, peças de arquitectura ou majestosos edifícios, clarificando os processos de transformação ligados ao desenvolvimento local e regional, identificando cerca de meia centena de elementos e conjuntos patrimoniais com valor histórico e arquitectónico, distribuídos por todo o território do Município de Condeixa a Nova.

Participei neste evento com uma singela intervenção sobre o Celeiro do Ducado de Cadaval, sito em Anobra, que dará lugar num futuro breve, a um salão multiusos. Fui mais um a contribuir para a experiência de partilha de conhecimentos, nobre desígnio dos organizadores das jornadas, entre elementos da população local e o nacional e internacional em que estamos inseridos: centros de conservação e restauro, empresas, universidades, museus, autarquias, associações, escolas, investigadores, testemunhos.

Condeixa foi, por um dia, o centro da discussão do panorama do estudo do Património Construído, promovendo um ponto de situação, celebrando os diversos patrimónios elevando a cultura a um espaço de permanente criação.

No horizonte da organização do evento esteve, obviamente, o processo de candidatura de Conímbriga a património da UNESCO, que o consagradíssimo Vítor Serrão recordou: “Devemos enaltecer o trabalho notável deste grupo, não numa perspectiva académica e arrogante, mas pela abertura às várias manifestações culturais”.

Que esta luz continue a brilhar e que o tão desejado objectivo passe do virtual e sonhado ao real e palpável – que Condeixa, suas gentes e região merecem pelo imenso trabalho que têm feito em prol da cultura e conhecimento!

JOÃO PINHO

(Na foto, Anabela Lemos, Miguel Pessoa, Nuno Moita, Natividade Correia e Vítor Serrão)