Coimbra: José Saramago em destaque no Centro Cultural Penedo da Saudade

Durante este mês o Centro Cultural Penedo da Saudade (CCPS) do Politécnico de Coimbra terá dois eventos dedicados ao centenário do nascimento de José Saramago, prémio Nobel da literatura em 1998.

Amanhã, dia 8, às 18h00 será inaugurada a exposição “Formas e Cores: diálogos com José Saramago”, com curadoria de Chuva Vasco, Isabel Azevedo, Sílvia Espada e Fernanda Antunes, docentes da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC). A mostra, composta por trabalhos de pintura, técnica mista, instalação, animação e desenho, de alunos de Artes Plásticas II e Ilustração (sob orientação de Weberson Santiago) do curso de licenciatura em Arte e Design da ESEC, no ano lectivo de 2021/2022, estará patente no CCPS até o dia 4 de Dezembro.

No dia 16, será apresentada uma peça de teatro original com dramaturgia de Ricardo Correia, professor da ESEC e director da licenciatura em Teatro e Educação. Este espectáculo teatral é composto por quatro performances que, embora individuais, apresentam uma linha condutora, que faz uma incursão pelo mundo de José Saramago.

Conta com a participação das alunas Catarina Carmo, Lara Santos, Maria Pandeirada, Virgínia Achique (actrizes) e Sara Rocha (assistente de direcção), alunas da licenciatura acima referida. A direcção de actores está a cargo de Hugo Inácio.

Relativamente à mostra, onde a vida, obra e filmes baseados em José Saramago foram escrutinados durante as aulas, a docente Isabel Azevedo refere que o objectivo “foi os alunos materializarem um objecto artístico” e que “de uma forma geral eles responderam muito bem”. Adianta ainda que “vai ser muito positivo para os alunos verem os seus trabalhos expostos, porque esta experiência é quase como um laboratório que permite outro tipo de olhar sobre os seus trabalhos”.

Por outro lado o docente Chuva Vasco afirma “eu incuti-lhes a ideia de uma alegoria , como se se tratasse de uma encomenda. Basicamente foi uma forma de aproximar os alunos do mundo profissional, desafiando-os a trabalhar sobre um tema concreto”, explicando que “cada aluno escolheu uma passagem de uma obra de José Saramago e desenvolveu o seu trabalho em função disso”.

Chuva Vasco defende ainda que a exposição dos trabalhos é “um importante reconhecimento e estímulo” para os alunos de artes.

No que diz respeito à peça teatral, Hugo Inácio observa que “além do trabalho de dramaturgia de Ricardo Correia, há um trabalho que foi feito pelas actrizes, de apropriação de alguns capítulos dos livros de que elas mais gostaram de José Saramago: Caim, A Jangada de Pedra e As Intermitências da Morte, acrescentando que esta peça ““acima de tudo, explora a vulnerabilidade delas (actrizes) e a nossa enquanto público”.

“Esta peça é uma mistura do que é verdadeiramente a vida de José Saramago e como é que essa vida e essa obra ressoa nos corpos destas actrizes”, conclui Hugo Inácio, actor que, em 10 anos de carreira, já colaborou com instituições como o Teatrão, A Escola da Noite, Teatro Experimental doPorto e Ritual de Domingo (Viseu).

Fonte: Campeão das Províncias