O Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) foi hoje (25) distinguido nos Prémios Europeus do Património Cultural Europa Nostra, na categoria de “Serviço Dedicado ao Património”.
O júri europeu, nesta categoria, atribuiu também uma Menção Especial ao ex-presidente do conselho de administração da empresa Parques de Sintra-Monte da Lua António Lamas, anunciou hoje o Centro Nacional de Cultura (CNC), representante português na organização não-governamental Europa Nostra, que promove os galardões.
O anúncio dos vencedores dos Prémios Europa Nostra 2021 foi feito hoje ‘online’ e contou com a participação da comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, e do presidente executivo da Europa Nostra, Hermann Parzinger.
Sobre o GEFAC, o CNC afirma que “o júri ficou impressionado com ‘a dedicação de décadas à recolha deste património português que é valioso no contexto europeu’, principalmente porque ‘este tipo de identidade rural se encontra em risco de desaparecer em toda a Europa’”.
O GEFAC foi fundado em 1966 e tem recolhido e documentado as múltiplas manifestações da cultura popular portuguesa, segundo o CNC.
De acordo com o CNC, o GEFAC foi “fundado durante a ditadura, e durante a primeira década de existência, o interesse do Grupo focou as expressões culturais populares e a exploração de temas sociais”.
“Apesar de o GEFAC ter sido oficialmente aceite e apreciado apenas desde os anos 1970, desenvolveu ao longo de mais de meio século um extenso arquivo de investigação etnográfica, conservação, adaptação contemporânea e divulgação do património cultural português. As performances originais baseadas na investigação do GEFAC sobre as expressões e costumes tradicionais de todas as regiões de Portugal, juntamente com a vertente de formação do Grupo, merecem um elogio especial”, acrescentou o texto.
“Com base na música tradicional, danças, teatro, costumes e hábitos das comunidades rurais portuguesas, o Grupo leva à cena expressões culturais contemporâneas na forma de espectáculos de teatro e espectáculos musicais ou de dança, com o objectivo de tornar este valioso património verdadeiramente acessível a todos”, referiu ainda o CNC.
O júri realçou que “o trabalho do GEFAC não recupera apenas memórias perdidas, dá também corpo às expressões da cultura popular, criando momentos de reflexão sobre o nosso próprio tempo e espaço”.
Nesta categoria foi decidida uma Menção Especial para António Lamas, ex-director-geral do Instituto Português do Património Cultural, pela “longa dedicação ao património”.
Segundo o CNC, “o júri apreciou especialmente o contributo de António Lamas para a inovação e pesquisa no domínio do património” e “reconheceu que António Lamas tem inspirado políticas e estratégias de conservação que conciliam o antigo e o novo, e a adopção de medidas de protecção para prevenir a deterioração causada por um grande número de visitantes”.
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