Após envio de declaração de responsabilidade por parte de 20 médicos de Medicina Interna à Ordem, a Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) confirma que há vagas por preencher nas escalas em alguns dias, mas que “mandou rever a sua elaboração”.
Para a Administração do CHUC, “o que está unicamente em causa é ter sido apresentada uma escala em que um dos lugares da escala-tipo, diurnos, não está preenchido em alguns dias”, embora anteveja “dificuldades, considerando a competição de outros hospitais públicos e privados, com escalas paralelas da especialidade”.
O Conselho de Administração refere que “mandou rever a elaboração da escala, no sentido do seu preenchimento”, e que “serão feitos todos os esforços para completar esta escala, como aconteceu em outras especialidades e em outros períodos na mesma escala”.
No entanto, a unidade hospitalar também assegura que “o número de especialistas de medicina interna no serviço de urgência tem aumentado, sendo que a composição actual prevista não é inferior à dos anos anteriores”.
“Nunca na urgência estão abaixo de dois especialistas de Medicina Interna, nos períodos de menor intensidade. Também se informa que a contabilização de especialistas na escala de Medicina Interna do CHUC não inclui por norma os internos do 5.º ano da especialidade, que poderiam ser contabilizados, segundo o parecer do Colégio da Especialidade”, lê-se no comunicado.
Segundo o CHUC, o parecer da Colégio da Especialidade de Medicina Interna da Ordem dos Médicos (OM) baseia-se “num número total de urgências, que correlaciona por estimativa com o número de doentes observados pelos especialistas de Medicina Interna”, mas sublinha que esse número de doentes “é dependente da organização dos serviços, e do restante número de especialidades e médicos presentes, sendo que no caso dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) estão múltiplas equipas de serviço de outras especialidades”.
A unidade hospitalar considera, por isso, que há “um erro na interpretação dos números do parecer do Colégio de Especialidade de Medicina Interna, pois este claramente inclui o apoio a unidades de cuidados intermédios ou outras dentro do serviço de urgência, o que não foi contabilizado no comunicado da SRC da Ordem dos Médicos”.
Recorde-se que 20 especialistas enviaram declaração de responsabilidade à Ordem dos Médicos face à escassez de equipas nas urgências dos HUC e, ainda ontem (04), a Secção Regional do Centro da Ordem (SRCOM) alertou para a situação “incomportável” e “de extrema gravidade”, neste que é “um dos maiores [hospitais] do país” e um dos polos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Para além da urgência polivalente dos HUC, o CHUC tem outro atendimento de urgência de adultos no Hospital Geral (HG), fazendo parte do mesmo serviço e com escala única da especialidade de Medicina Interna.
No conjunto das duas unidades do serviço (HUC e HG), no período de maior afluência (diurnos), estão previstos seis especialistas, para um total indicativo médio de 568 doentes/dia, o que é o determinado pelo parecer do Colégio da Especialidade de Medicina Interna da OM.
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