O Município de Cantanhede expressou o seu profundo pesar pelo falecimento de Carlos Garcia, uma figura incontornável da vida cultural e social do concelho, conhecido pela sua dedicação à preservação dos costumes e tradições locais. Carlos Garcia, que nasceu em 1932 em Cantanhede, onde viveu toda a sua vida, destacou-se como empresário na área da carpintaria e marcenaria, profissão que exerceu desde os 12 anos até à sua reforma, aos 68 anos.
Desde jovem, Carlos Garcia esteve sempre envolvido na vida associativa da comunidade, tendo participado activamente em várias colectividades do concelho. Entre estas, destaca-se a sua ligação à Secção de Teatro da Sociedade Columbófila Cantanhedense, à direcção do Clube de Futebol “Os Marialvas” e ao Rancho Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede. Além disso, foi um promotor incansável de iniciativas culturais e religiosas, incluindo a dinamização do Museu Rural e Etnográfico de Cantanhede e a organização de manifestações tradicionais como os corsos de Carnaval, o Cortejo de S. Tiago e as Marchas Populares.
A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, prestou homenagem a Carlos Garcia, recordando-o como “uma pessoa consensual, caracterizada pelo humanismo, cortesia, respeito pelos outros e uma extraordinária dedicação à comunidade”. Helena Teodósio sublinhou ainda o percurso exemplar de Carlos Garcia, marcado por um profundo respeito pelas raízes locais e pela sua capacidade de reconstruir e interpretar factores essenciais da identidade cultural de Cantanhede.
Para além da sua actividade associativa, Carlos Garcia foi também um prolífico escritor, deixando uma vasta obra literária que reflecte as suas vivências e o seu profundo conhecimento da realidade local. Entre as suas publicações destacam-se o seu livro autobiográfico Manta de Retalhos (2005), Cantanhede: Memórias para o futuro (2006), Rancho Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede – 75 Anos ao serviço da cultura (2010), Caminhos da vida – histórias da vida real (2013), Os Empecilhos (2023), uma obra sobre a terceira idade que aborda temas como a solidão e o abandono familiar dos mais velhos, e Carlotinha (2024), a sua última obra dedicada a Maria Carlota de Magalhães Pessoa Jorge, da Pocariça.
Fonte: Campeão das Províncias
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