COIMBRA,11 de Novembro de 2024

Câmara de Coimbra aprova novo acordo de gestão do Estádio para a Académica/OAF

25 de Julho 2024 Rádio Regional do Centro: Câmara de Coimbra aprova novo acordo de gestão do Estádio para a Académica/OAF

A Câmara de Coimbra aprovou um novo acordo de gestão do Estádio Cidade de Coimbra com a Académica/OAF, numa reunião que tinha sido adiada para se poder chegar a um entendimento com o clube de futebol.

O novo acordo de gestão do Estádio Cidade de Coimbra, cujo processo teve várias trocas de críticas entre Município e clube, foi aprovado esta quinta-feira, já depois das 00h00, por unanimidade, numa continuação da reunião camarária que tinha sido suspensa na segunda-feira, na esperança de as duas partes chegarem a um entendimento.

O contrato, que devolve algum poder de decisão à autarquia e a possibilidade de outros clubes poderem usar um Estádio que é propriedade do Município, terá agora de ser votado em Assembleia Municipal, que deverá ocorrer no início da próxima semana.

No final da votação, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, apelou ainda para que a Assembleia Geral de sócios da Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF) possa decorrer ainda este mês para não criar “um hiato jurídico” (o actual acordo, que durou durante 20 anos, termina na próxima semana).

O novo acordo prevê que a Académica/OAF deixe de poder utilizar o Estádio Cidade de Coimbra para organizar outros eventos que não desportivos (em 2023, foi o clube de futebol que recebeu 300 mil euros para se poderem realizar os concertos dos Coldplay) e determina que parte das receitas das rendas dos espaços explorados no Estádio (em 2022/2023 arrecadou mais de 300 mil euros) seja aplicado na manutenção e conservação daquele equipamento.

O remanescente poderá ser aplicado no futebol de formação e na constituição de uma equipa de futebol feminino (não profissional) por parte da AAC/OAF.

O programa de desenvolvimento desportivo associado ao contrato prevê que a receita com as rendas dos espaços comerciais do Estádio possa atingir os 575 mil euros em 2028, prevendo gastar cerca de 360 mil euros por época em manutenção e conservação.

O clube considera ainda que a formação e futebol feminino representem 25% das despesas previstas para a época 2024/2025 (275 mil euros).

Na reunião de Câmara também marcaram presença alguns adeptos da Briosa.

A vereadora do PS Regina Bento considerou que todo o processo “foi uma grande trapalhada que não dignificou as instituições” e vincou que a Académica “é uma das maiores bandeiras da cidade”, justificando o voto favorável para não obstaculizar uma solução entre as partes.

O vereador da CDU, Francisco Queirós, realçou que a autarquia deve “tudo fazer para apoiar o movimento associativo e desportivo” do concelho, mas recordou que o Estádio, tal como o nome indica, é “da cidade de Coimbra”, municipal e não de um clube.

Já o presidente da Câmara de Coimbra aclarou que “a cedência do Estádio desportivo nunca foi uma questão”, mas sim “a parte comercial do Estádio”, referindo que a última renovação do anterior contrato, há cinco anos, já não estava de acordo com a lei, ao permitir o financiamento de um clube de futebol profissional por parte de uma autarquia.

No plano de recuperação da AAC-OAF, no âmbito do seu processo de insolvência, o clube de futebol faz referência às receitas com a gestão do Estádio Cidade de Coimbra como ganhos suplementares que entram nas contas do clube.

A agência Lusa questionou a Académica se uma desafectação de parte das receitas previstas no plano de recuperação com o Estádio Cidade de Coimbra poderia pôr em causa esse mesmo plano mas não recebeu qualquer resposta do clube.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, a AAC-OAF criticava a posição da Câmara Municipal, alegando ainda que o clube “sempre” procedeu “à manutenção e conservação” daquele equipamento.

No entanto, em Março de 2023, o presidente do clube, Miguel Ribeiro, afirmava, a propósito do investimento em obras no Estádio por parte da promotora responsável pelos concertos dos Coldplay na cidade, que não era feita “manutenção” do equipamento “há cerca de seis anos”.

Fonte: Campeão das Províncias

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