O Município de Ansião vai criar uma “agenda 2030 para o concelho” que garanta “uma estratégia de desenvolvimento sustentado” com “visão de futuro” para “afirmar o território”, revelou o presidente da Câmara Municipal, António José Domingues, na abertura oficial da centenária Feira dos Pinhões, que atraiu milhares de pessoas à vila de Ansião, no último fim-de-semana (26 e 27).
“Ansião está a trabalhar para a valorização do território”, definindo “políticas públicas que nos conduzam a uma estratégia de desenvolvimento sustentado”, potenciadoras de “criação de riqueza para a fixação de pessoas e de investimentos”, que beneficiem do “aproveitamento das linhas de financiamento do quadro comunitário”, realçou o autarca.
Nesse sentido, “iremos iniciar um trabalho de visão estratégica, criando uma agenda 2030 para o concelho” que abranja uma “política de investimentos” com “visão de futuro” e capaz de “afirmar o território”, onde se inclui a ampliação do Parque Empresarial do Camporês e a criação do Centro Interpretativo e Ambiental do Rio Nabão.
“Queremos apostar na valorização do território” com “uma verdadeira e transversal política de investimentos” que contribuam para “um concelho desenvolvido e de futuro”, delineou António José Domingues, lamentando “não entender as tendências do Estado Central que não vão de encontro à valorização destes espaços”, do qual é exemplo a “efectiva e tão reclamada requalificação do IC8 no troço entre Pombal e Pontão”.
“Aliás, sentimos que o Programa Nacional de Investimentos 2030 não é muito simpático com os territórios do interior, especialmente com os do Pinhal Interior”, onde “há investimentos que, de forma séria e objectiva, têm de ser feitos”, admitiu.
“Queremos um país equilibrado, unido e coeso”, reclamou o edil, alegando que para isso “precisamos dos tribunais a funcionar, das estações de correios abertas e de serviços de saúde em plenitude com profissionais em quantidade suficiente para desenvolver um papel importante de apoio às populações cada vez mais isoladas e envelhecidas”.
“A questão do despovoamento e do envelhecimento é um problema sério da Europa, a nível nacional e muito mais grave no interior”, enfatizou o secretário de Estado da Valorização do Interior, João Paulo Catarino, não entendendo “como é que Ansião faz parte dos territórios de baixa densidade e do interior quando tem uma localização geográfica extraordinária” e com “condições para se afirmar no contexto regional e nacional”. “Isto só prova que o país foi desenvolvido com uma lógica centralista em Lisboa”, que “estamos a tentar contrariar com políticas concretas”, como “a abertura de avisos exclusivamente para territórios do interior”.
CARINA GONÇALVES
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