O deputado do PSD Paulo Leitão, no âmbito da audição ao ministro do Ambiente, alertou para a “situação calamitosa” provocada pela erosão costeira no sul do concelho da Figueira da Foz e sensibilizou para uma acção urgente.
Na intervenção realizada esta quarta-feira, o deputado começou por contextualizar que o concelho da Figueira da Foz tem sido fustigado por fenómenos de erosão costeira, que afectam sobretudo a área e as populações do sul do concelho, colocando desta forma em causa a segurança da entrada da barra do porto comercial, devido à não transposição de sedimentos.
Continuou referindo que a 10 de Março de 2017 foi aprovado pela Assembleia da República a Resolução n.º 64/2017, resultante de uma iniciativa do PSD, onde foi recomendado ao Governo a tomada de medidas no sentido de proteger a orla costeira, promovendo a segurança das pessoas e bens, e que fossem realizadas com urgência acções de transposição sedimentar nas barras da Figueira da Foz e Aveiro.
A 18 de Janeiro de 2021 foi aberto concurso para a elaboração do projecto de execução da alimentação artificial das praias da costa sul do concelho da Figueira da Foz. A conclusão do estudo terminou a 31 de Março de 2021.
O deputado questionou então o ministro do Ambiente e Acção Climática sobre as conclusões deste estudo, salientando a urgência da tomada de medidas de intervenção. No sentido de ilustrar e fundamentar a sua questão, o deputado facultou algumas imagens da área referida.
À questão, respondeu a secretária de Estado, que referiu que já se encontram concluídos relatórios intercalares de partes do estudo, faltando o relatório final, que deverá estar acabado dentro das próximas semanas.
A secretária de Estado referiu que em relação à situação vivida na Cova Gala, o Governo irá proceder a uma intervenção excepcional, ainda este ano, financiada pelo Fundo Ambiental, no valor de 700 mil euros, para substituir os geocilindros danificados.
Debate do problema
Na Figueira da Foz, a candidatura de Pedro Machado (PSD) à Câmara realizou uma visita, com personalidades locais e nacionais, à zona sul do concelho. O objectivo da iniciativa, a que se seguiu um debate, foi dar a conhecer, ‘in loco’, a preocupante realidade da erosão costeira na Praia da Leirosa, Costa de Lavos e Cova Gala.
Cristóvão Norte (deputado do PSD), Lídia Pereira (eurodeputada do PSD), Miguel Poiares Maduro (professor universitário e ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional), Teresa Gamito (especialista em Gestão e Conservação dos Ecossistemas Litorais e Marinhos) e Eurico Gonçalves (do Movimento Cívico SOS Cabedelo) foram algumas das personalidades que colocaram os pés na areia para conhecer, de perto, a situação.
A iniciativa foi a primeira de um conjunto de visitas e debates que a candidatura “Pedro Machado – Figueira do Futuro” se propõe debater. O tema escolhido para o arranque foi, precisamente, “Alterações Climáticas e Erosão Costeira”.
“Não é por acaso que este é o primeiro tema do conjunto de debates que se vão realizar. Queremos marcar bem a prioridade que este problema representa para a nossa candidatura”, sublinhou o coordenador do grupo de trabalho do programa eleitoral “Figueira do Futuro”, Miguel Poiares Maduro.
Pedro Machado, candidato à Câmara Municipal da Figueira da Foz, assumiu um compromisso, durante o debate na Clube Mocidade Covense (Cova Gala), que se seguiu à visita: “Serei o porta-voz dos figueirenses para encontrarmos soluções rápidas e eficazes no que respeita à erosão costeira, um tema estruturante que afecta o nosso concelho há demasiado tempo”.
“Nesta visita-debate, o nosso objectivo é encontrar soluções concretas, eficazes e imediatas para problemas graves como este da erosão costeira. As questões mais urgentes, que dizem respeito à salvaguarda da vida, da segurança, dos bens e das pessoas, estão na primeira linha das nossas prioridades do debate político. Ainda estamos a tempo de salvar as famílias e os bens das famílias” – destacou Pedro Machado.
“Se o Estado ainda não foi capaz de criar uma solução, se já está a adiar para 2023 a intervenção na Leirosa e se está a apontar soluções que não são soluções, mas apenas deambulações de soluções que não vão resolver os problemas na Cova Gala ou na Costa de Lavos, a nossa candidatura diz ‘não!’. Não é este o caminho. Queremos outro sentido de responsabilidade, outro sentido de liderança, para resolver em concreto os problemas reais que aqui estão. Eu serei, até que a voz me doa, porta-voz para encontrarmos soluções rápidas e eficazes” – assumiu o candidato.
Numa breve análise aos investimentos feitos, através de fundos europeus, o líder da candidatura realçou que “o concelho da Figueira fica fora de todas as prioridades que a bazuca deveria aplicar para os próximos cinco anos”, destacando a “notória incapacidade de tratar, usar e aplicar aquilo que os fundos comunitários colocam à disposição”. Pedro Machado recordou, ainda, que das verbas disponibilizadas no âmbito do Quadro Comunitário 2014-2020 apenas 44,1 por cento foram utilizadas.
Jornal Campeão das Províncias
Todos os direitos reservados Grupo Media Centro
Rua Adriano Lucas, 216 - Fracção D Eiras - Coimbra 3020-430 Coimbra
Powered by Digital RM