[Foto: Alfredo Dias, vice-reitor do Património, Edificado e Infraestruturas; o reitor Amílcar Falcão e o director do DARQ José António Bandeirinha]
A melhoria das condições de trabalho da comunidade académica da Universidade de Coimbra (UC) e a dignificação de um espaço que é Património Mundial da UNESCO são os principais objectivos da futura intervenção de reabilitação e recuperação do Colégio das Artes da UC, que, espera o reitor Amílcar Falcão, possa estar concluída em 2027.
A previsão é que, no global, o investimento ultrapasse os 10 milhões de euros para cerca de 9 000 metros quadrados, valor que inclui a cobertura do edifício e as suas fachadas (interiores e exteriores), bem como a galeria e salas para aulas teóricas e práticas afectas, desde 1988, ao Departamento de Arquitectura (DARQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
José António Bandeirinha, director do Departamento, apresentou o projecto de intervenção, realçando o facto de, de todos os departamento da FCTUC, o de Arquitectura ser o que, actualmente, menos área tem.
“Temos a necessidade e a ambição de crescer e de contribuir para o desenvolvimento futuro, e este edifício representa a esperança nesse futuro”, afirmou o responsável, adiantando que existem diversos problemas no Colégio das Artes, nomeadamente, ao nível das acessibilidades e segurança, conforto e salubridade dos espaços.
O objectivo é, por isso, “melhorar os acessos e os espaços do edifício; explorar as suas potencialidades e as funções que pode ter em cada piso e de forma coerente; repor a legibilidade do Colégio, eliminando a ampliação que o desqualifica, bem como requalificar espaços pedagógicos, sempre respeitando o seu valor histórico”, explicou José Bandeirinha, enquanto mostrava o plano já concebido.
No global, o que se pretende é “mostrar o edifício de maneira diferente, dando-lhe legibilidade e sentido a um património classificado pela UNESCO, tornado-o mais visível e visitável”, adiantou o director.
Numa primeira fase, as intervenções vão ocorrer ao nível da cobertura (que ficou danificada após o ‘Leslie’) e das fachadas, dando ao edifício um ar mais saudável e moderno, obras que a Universidade de Coimbra (UC) espera que custem entre dois a três milhões de euros e que deverão decorrer, previsivelmente, dentro dos próximos quatro anos.
Após estas reabilitações, também a galeria interior, as diversas salas de aula, gabinetes e acessos (passar de uma para quatro entradas “dignas”) e, muito em particular, o auditório deverão ser alvo de intervenções, para além do desejo de ser ainda reabilitada a capela, esta com várias especificidades.
A intervenção pressupõe também um aumento de área utilizada, indo ao encontro da perspectiva de crescimento do departamento, que tem “muito adiantada a possibilidade de criar um curso de design e produto”, avançou Bandeirinha.
Para tudo isto, Amílcar Falcão, reitor da UC, conta com o apoio da “Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), bem como co-financiamento por parte deste ou do próximo quadro comunitário de apoio”.
Actualmente, e segundo o director José Bandeirinha, os desenhos das caixilharias para todo o edifício já estão licenciados e aprovados pela Câmara Municipal e pela Direcção Regional de Cultura do Centro”.
O reitor da UC explicou que “o Colégio das Artes ‘é uma espinha na garganta’ e não tem as condições ideais”, mas lembrando que a UC tem vindo a proceder a algumas intervenções em edifícios classificados pela UNESCO “de forma sucessiva”.
“Esta não é uma obra nem pequena, nem barata nem simples”, pelo que será feita faseadamente e “num prazo razoável”, mas admitindo Amílcar Falcão que ultrapassará em muito este seu primeiro mandato, até porque é necessário “garantir financiamento” e sem apoios “será muito difícil a Universidade cumprir um projecto desta dimensão”.
O Colégio das Artes, à semelhança de todo o edificado da UC “é um espaço para manter vivo”, até porque, deseja o reitor que esta reabilitação possa estar concluída a tempo de 2027, ano em que Coimbra poderá ser Capital Europeia da Cultura.
“Agora que a decisão está tomada, as intervenções não vão parar”, assegura Amílcar Falcão.
Neste momento estão já a decorrer algumas obras de recuperação, nomeadamente em duas salas e na galeria Oeste do Colégio, cuja conclusão está prevista para final deste ano civil ou início de 2020.
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