A The Navigator Company conseguiu lucros de 109 milhões de euros, em 2020, uma redução de 35 por cento face aos resultados de 2019, segundo adiantou a empresa produtora de pasta e papel à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O grupo informou que “a actividade de papel foi afectada pela pandemia e pelas medidas de confinamento: o volume de vendas de UWF [tipo de papel] totalizou 1 276 000 toneladas, caindo 12 por cento em relação a 2019; no entanto, as vendas de pasta e de ‘tissue’ compensaram parcialmente a queda do negócio de papel: o volume de pasta cresceu 25 por cento para 394 000 toneladas (registando o valor mais elevado desde 2009) e as vendas de ‘tissue’ 10 por cento para 106 000 toneladas, o que representa também o volume mais elevado desde a entrada no negócio”, indicou a empresa.
O volume de negócios da Navigator caiu 18 por cento, no mesmo período, para 1 385 milhões de euros, num ano “marcado pela expressiva queda dos preços de venda comparativamente a 2019: o índice de pasta BHKP (em euros) caiu 22 por cento e o índice do papel A4 perdeu sete por cento (variação de preços médios); a variação entre o início e final de ano foi de 8,3 por cento”, lê-se no comunicado.
O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Navigator em 2020 atingiu os 286 milhões de euros, uma redução de 23 por cento face a 2019.
A Navigator indicou, ainda, que “a quebra dos preços de venda foi mitigada pelo forte esforço de contenção de custos: os custos fixos reduziram-se em 47 milhões de euros”, ou seja, 15 por cento e os de produção em perto de 60 milhões de euros, uma percentagem semelhante de diminuição.
A empresa destacou também que o endividamento líquido se reduziu em 35 milhões de euros para 680 milhões de euros, garantindo que “ao longo de 2020 a Navigator esteve muito activa na sua atividade de financiamento, assegurando uma elevada liquidez imediata, refinanciando a dívida de curto prazo e reestruturando o endividamento e estendendo maturidades”.
A empresa realçou, igualmente, a “conclusão e arranque da nova caldeira de biomassa da Figueira da Foz, um investimento que representa o mais relevante passo do roteiro de descarbonização, já que que irá permitir a redução das emissões de CO2 do Grupo em mais de 30 por cento em 2021, atingindo assim já este ano 1/3 da redução anunciada para a neutralidade carbónica em 2035”.
Quanto ao quarto trimestre do ano passado, o grupo deu conta de que atingiu resultados líquidos de 34 milhões de euros, “mais nove por cento em relação ao trimestre anterior e mais 64 por cento em relação ao quarto trimestre de 2019”.
O volume de negócios no último trimestre do ano passado, por sua vez, totalizou 341 milhões de euros, menos dois por cento face ao terceiro trimestre de 2020 e menos 17 por cento em relação ao período homólogo.
O EBITDA atingiu 75 milhões de euros, uma subida de quatro por cento face a igual período de 2019.
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