A Exposição temporária “Tectos pintados. Os fragmentos do Céu”, comissariada por Joana Antunes, voltou a estar patente ao público no Museu Nacional Machado de Castro (MNMC).
A sua reposição justifica-se pela importância de um tema que permanece arredado da investigação científica e que, em tudo, se relaciona com a vivência de um quotidiano cuja memória tende a esbater-se.
É de facto no MNMC que este investimento faz sentido: a preservação dos dois painéis do subcoro da Sé Velha (1477), montados no circuito da exposição permanente, estabelece a natural relação com o imaginário proposto nesta exposição temporária que, por seu turno, capta a dimensão plural de um universo que movimenta as artes plásticas na conjugação entre o trabalho da marcenaria, da pintura e da escultura.
Tectos de alfarge, com requintado jogo de laçaria, tábuas pintadas de diferentes épocas ou os cachorros medievais alimentam a visão distante de uma riqueza passada e oferecida nos circuitos do Paço Episcopal e da velha Sé de Coimbra, mas que, invariavelmente, não se esgota neste eixo do poder.
Esta exposição constitui assim uma proposta de intensa descoberta e estímulo à preservação de um património tendencialmente raro, porque destruído ao longo do tempo. Sem a activação dessa consciência patrimonial ficará truncado o conhecimento de um passado, sempre muito mais dinâmico e complexo do que fazem muitas vezes crer as redutoras formatações da contemporaneidade.
A mostra está aberta ao público no piso 1 do MNMC, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00, com entrada gratuita. A lotação é condicionada de acordo com as normas da Direcção-Geral da Saúde.
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