Valdemar Caldeira, engenheiro químico, que deambulava frequentemente por Coimbra, faleceu, hoje, aos 77 anos de idade, disse ao Jornal Campeão das Províncias fonte policial.
A mesma fonte indicou presumir que se haja tratado de morte natural, tendo o cadáver sido encontrado onde Valdemar Caldeira residia (junto ao antigo restaurante Porto Santiago).
O septuagenário esteve internado, compulsivamente, em Novembro de 2016, e, depois de se verificar a inexistência dos pressupostos da medida, concebida para prestação de tratamento médico, Caldeira permaneceu durante alguns dias no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
A notícia da ida para o CHUC, divulgada, então, em primeira-mão, pela edição electrónica do Jornal Campeão das Províncias, desencadeou uma invulgar onda de reacções pautadas pelo carinho nutrido por Valdemar Caldeira.
Figura bem conhecida em Coimbra, o engenheiro químico foi protagonista de uma reportagem publicada, em Outubro de 2014, pelo semanário Jornal O Despertar.
“Roto, (…), mas sempre de gravata”, o engenheiro foi descrito como portador de “roupas que já fazem parte do próprio corpo”.
A reportagem fazia notar que Caldeira deambulava “ouvindo os seus próprios passos”, de tão ausente sempre parecia andar.
“Vive sozinho, pensa sozinho, fala sozinho (…), vai sempre em trabalho, mesmo que nada fazendo”, assinalou o repórter.
De acordo com Valdemar Caldeira, “para quem tem formação na área do positivismo científico, o ser feliz ou infeliz consiste num dom que não é propriedade inquestionável e irreversível do próprio destinatário, mas de um dom divino”.
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