COIMBRA,21 de Abril de 2025

Morreu Maria Teresa Horta, voz incontornável da literatura e do feminismo

4 de Fevereiro 2025 Rádio Regional do Centro: Morreu Maria Teresa Horta, voz incontornável da literatura e do feminismo

A escritora, poetisa e jornalista Maria Teresa Horta faleceu esta manhã, aos 87 anos, em Lisboa, conforme anunciou a editora Dom Quixote, a pedido da sua família. A editora lamentou profundamente a perda de uma das mais notáveis figuras da literatura portuguesa, do jornalismo e do feminismo, áreas a que dedicou grande parte da sua vida.

“Uma perda de dimensões incalculáveis para a literatura portuguesa, para a poesia, o jornalismo e o feminismo”, destacou a Dom Quixote, relembrando a sua incansável defesa dos direitos das mulheres e da liberdade de expressão, mesmo em tempos adversos. A escritora foi recentemente eleita pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo.

Maria Teresa Horta deixa um legado literário que perdurará através dos seus livros, que continuarão a ter lugar de destaque no catálogo da editora. Entre as suas obras mais emblemáticas destaca-se “Novas Cartas Portuguesas”, escrita em parceria com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, um manifesto feminista que denunciou a opressão sobre as mulheres durante a ditadura. Publicado em 1972, o livro foi censurado pelo regime e levou as autoras a julgamento, tornando-se um símbolo da resistência e da luta pela liberdade.

Ao longo da sua carreira, Maria Teresa Horta destacou-se não apenas na literatura, mas também no jornalismo e na militância feminista. Foi dirigente do ABC Cine-Clube, colaborou com o jornal A Capital e esteve envolvida na revista Mulheres. O seu percurso literário iniciou-se na poesia em 1960, mas expandiu-se para os domínios do romance e do conto, com obras publicadas em vários países.

Distinguida com vários prémios ao longo da sua vida, recebeu em 2020 a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura e, em 2022, foi condecorada pelo Presidente da República com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade. O seu impacto na literatura e no feminismo continuará a inspirar gerações futuras.

Fonte: Campeão das Províncias

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