Conforme noticiou o “Campeão das Províncias”, na edição de 24 de Dezembro de 2020, Manuel Castelo Branco é candidato ao Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), facto que o próprio agora confirma.
O ex-presidente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) anunciou, esta terça-feira (12), a sua candidatura à presidência do IPC com o objectivo de “devolver poder e recursos” às suas escolas.
Manuel Castelo Branco acusa o actual presidente do IPC, Jorge Conde, de “tirar meios e visibilidade às escolas e institutos para quase duplicar o orçamento da presidência”, situação que pretende reverter se for eleito no sufrágio previsto para Maio.
O docente considera, ainda, que “a concentração de recursos financeiros na presidência do IPC, que quase duplicou nos últimos quatro anos, constitui um enorme desperdício e, sobretudo, um erro”.
“Chegou-se a esta situação caricata: a presidência do IPC, que não tem um único curso, não tem um único aluno e não presta um único serviço à comunidade, tem um Orçamento maior que algumas das escolas e institutos”, sublinha.
Salientando que aquela situação “não faz qualquer sentido”, o candidato entende que “é nas escolas e institutos – alguns deles centenários – que se concentra o prestígio, a história, a reputação, o valor simbólico e de mercado do ensino superior e da ciência produzida nesta instituição”.
“Uma das minhas primeiras decisões quando assumir a presidência do IPC será optimizar a autonomia e a liberdade de gestão de todas as escolas. Isso será facilitar imenso o trabalho, nomeadamente no que diz respeito a parcerias com empresas ou centros de investigação”, anunciou.
Caso seja eleito, Manuel Castelo Branco propõe-se também iniciar uma aproximação do Politécnico à Universidade de Coimbra, “juntando recursos que melhorem o ensino ministrado e a qualidade da ciência produzida por ambas as instituições”.
“Creio ser o candidato à presidência do Politécnico com mais apetência para estabelecer pontes e criar canais de comunicação entre as escolas e institutos do IPC e as faculdades da Universidade de Coimbra”, afirma.
Segundo o candidato à presidência do Politécnico, a lógica de concorrência e distanciamento da Universidade de Coimbra que marcaram a liderança cessante do IPC “em nada beneficiaram os estudantes das escolas e institutos do Politécnico ou os seus docentes e investigadores”.
“Foi uma estratégia errada para o desafio actual. O único caminho com futuro será as duas grandes organizações de ensino superior público de Coimbra falarem, dialogarem, terem projectos em comum e beneficiarem mutuamente da afirmação dessa marca extraordinária que é ‘Coimbra, cidade do conhecimento’”.
Manuel Castelo Branco pretende também reforçar os poderes da presidência do IPC na acção social, por considerar que a actual situação “penaliza muito os estudantes dos politécnicos, que, em igualdade de circunstâncias, recebem cerca de um terço dos apoios dos alunos das universidades”.
“Esta situação é intolerável! Há uma garantia que dou a todos os estudantes: iremos a Lisboa, falaremos com o Governo e tornaremos claro que não iremos admitir que isto se repita em mais nenhum Orçamento do Estado”.
Castelo Branco promete igualmente uma intervenção pública muito mais activa perante os ministérios do Ensino Superior e das Finanças para ultrapassar o estrangulamento financeiro constante das unidades do ensino superior.
“É fundamental que os líderes das instituições de ensino superior se afirmem, a nível nacional, como defensores incontornáveis da qualidade do ensino, dos apoios sociais aos estudantes com menos recursos e, também, da possibilidade de produzir ciência e inovação que sejam competitivas mercado global”, frisa.
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