A Faz de Conto Livraria decidiu fugir ao padrão das tradicionais montras de livros e criou uma vitrine ao estilo de uma mercearia, como forma de mostrar que, para vender livros, precisa também de vender tangerinas ou detergente da loiça.
Esta foi a forma de manifesto utilizada pela livraria independente de Coimbra perante a continuidade das pequenas e médias livrarias ficarem encerradas. No actual estado de emergência os livros só podem ser adquiridos em estabelecimentos, cuja actividade principal não necessita de ser a sua venda, é exemplo os hipermercados, quiosque, bombas de gasolina e postos dos correios. Já as livrarias ficam de fora das opções.
“Com as livrarias fechadas (temáticas, generalistas, do livro novo ou do livro raro, antigo e usado), mais afastados ficam os leitores da maioria dos escritores e dos tradutores, menos acesso terão às edições de autor e às edições mais criativas das micro, pequenas e médias editoras” lamentou a Rede de Livrarias Independentes (RELI).
A livraria de Coimbra dedicada aos livros ilustrados continua a receber encomendas online através do site www.fazdeconto.pt e a fazê-las chegar às casas da cidade e de toda a Europa. “Mas uma livraria não se faz apenas de vendas online, faz-se do contacto, da descoberta, da palavra entre leitor e livreiro” afirma a dona do espaço Sofia Correia.
“Não abrir as livrarias de imediato seria um indicador de que não têm o devido respeito e consideração a esses espaços das memórias do passado, da inovação do presente e da projecção do futuro, ou a quem faz do livro a sua actividade principal ou exclusiva” referiu a RELI.
A Vitrine Manifesto pode ser vista por quem faz o seu passeio higiénico na zona do Parque Verde, junto ao rio Mondego, na Faz de Conto Livraria.
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