O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra tem um protocolo de colaboração com a Federação Portuguesa de Ciclismo para apoiar atletas de alta competição, paralímpicos ou não. O presidente do ISEC, Mário Velindro, realça a importância de colocar a engenharia ao serviço da sociedade: “Queremos demonstrar a mais-valia de interagir com a comunidade desportiva neste projecto em concreto, mas desejamos também estender mais parcerias a outros domínios, desportivos ou não”, afirma. “Estamos a valorizar o ensino e a capacidade técnica de produzir componentes para uma actuação real. Estamos motivados para desenvolver soluções inovadoras com a indústria portuguesa e para colocá-las no mercado”.
Para os Jogos Paralímpicos, o ISEC desenvolveu e produziu nos seus laboratórios todos os componentes metálicos, em liga de alumínio de alta resistência, com a precisão a que este tipo de elementos obriga. A empresa RC Fibre Components, em articulação com o atleta e com a equipa de investigação do ISEC, tem sido responsável pelo fabrico dos componentes em material compósito, essenciais para garantir a leveza do dispositivo. “É, por isso, um trabalho em parceria”, explica Luís Roseiro, docente e coordenador do Laboratório de Biomecânica Aplicada do ISEC.
Vários estudantes de Engenharia Mecânica do ISEC têm participado activamente em todo o processo, ficando associados ao desenvolvimento, funcionamento e produção da prótese para o atleta. “Por um lado, os alunos envolveram-se e adquiriram competências em contextos e situações reais”, afirma Luís Roseiro. “Por outro lado, fortalecemos a missão social da instituição: o ISEC está ao serviço deste e de outros atletas, desenvolvendo dispositivos como se fossem ‘fatos à medida’ para aqueles com quem trabalha”.
A otimização das peças para a participação de Telmo Pinão nos Jogos Paralímpicos é o mais recente episódio de uma cooperação com muitos anos. “Maquinámos algumas novas peças para a sua ida a Tóquio porque queríamos dar- lhe garantias – quer pessoais, quer de equipamento – de que nada iria falhar”, afirma Pedro Ferreira, professor de Engenharia Mecânica no ISEC. “Em Tóquio, o Telmo não terá de se preocupar com os dispositivos: estão afinados, otimizados e enquadrados em termos de esforço”, afirma o professor. “Os resultados só dependerão dele – esperamos que sejam bons e que ele se divirta!”.
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