A Rede Eléctrica Nacional (REN) realiza, hoje, uma acção de reflorestação na zona do Paião, concelho da Figueira da Foz, onde vão ser plantadas 2 000 árvores, numa iniciativa que envolve as crianças da comunidade escolar local.
Sob o lema “Juntos Plantamos o Amanhã”, os cerca de 100 alunos da Escola EB 2,3 Pedrosa Veríssimo, do Paião, vão plantar medronheiros e pinheiros mansos.
A iniciativa começa pelas 14h00, com a presença do presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, com João Gaspar, responsável das Servidões e Património da REN a falar sobre a empresa e a floresta. Por parte da Quercus será abordado a importância da floresta autóctone, para decorrer, a partir das 14h35, a acção de reflorestação.
Esta semana, a REN apresentou o projecto de “Gestão de vegetação nas faixas de servidão”, na Pampilhosa da Serra, considerado como um caso de estudo de gestão sustentável da floresta pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável.
A REN ocupa cerca de 35 000 hectares de faixas de servidão e cerca de 60 por cento destes corredores estão na floresta.
A empresa anunciou que plantou mais de um milhão de árvores entre 2010 e 2018 nas faixas de protecção das linhas de muito alta tensão, com João Gaspar, responsável das Servidões e Património REN, a referir que a reconversão das faixas de protecção pretende terminar com “o ciclo constante dos cortes de vegetação, que todos os anos volta a crescer e não cria valor para ninguém”.
“Queremos dar segurança às nossas infraestruturas e tornar os territórios mais resilientes aos incêndios florestais, ao mesmo tempo que promovemos a criação de valor para os proprietários e a protecção da biodiversidade”, salientou o responsável.
De acordo com João Gaspar, o projecto em curso de “Gestão de vegetação nas faixas de servidão” pretende “arranjar metodologias de uso do solo que alonguem os ciclos de intervenção [dos cortes], criando culturas ou métodos alternativos que criem valor para os proprietários e para a floresta”.
“Se criarmos valor, os proprietários tomam conta destes espaços na perspectiva de criar valor, tornando-se parceiros que nos ajudam diariamente e criam mais valor associado à gestão florestal”, sublinhou.
Nos últimos anos, acrescentou, a REN tem apostado muito no medronheiro, porque é uma espécie autóctone, que existe essencialmente em Portugal e se enquadra nos objectivos do projecto.
Entre 2014 e 2019, a empresa de transporte de energia plantou mais de 500 hectares de medronho porque, segundo João Gaspar, se chegou à conclusão que aquela árvore “é a espécie que melhor se adapta nesta finalidade, já que necessita de gestão e dá rendimento”.
“Ao necessitar de gestão faz com que as pessoas limpem o terreno e cuidem das árvores, numa perspectiva de rendimento anual”, explicou o responsável, salientando que o projecto em curso “é implementado em estreita parceria com mais de 70 000 proprietários dos terrenos”.
O passo seguinte passa por informar os proprietários sobre a cultura do medronho, “de como é que o devem tratar, e talvez transformá-los em produtores ou promover acordos com estes proprietários para cederem a gestão”.
O responsável das Servidões e Património REN salientou ainda que a cadeia de valor só termina na fileira da transformação do medronho em aguardente ou em compotas.
Na Linha Penela-Tábua a REN já plantou 46 000 árvores desde os incêndios de 2017.
No próximo ano, a empresa prevê concluir um projecto de plantação em 100 hectares em Ferreira do Zêzere, em duas linhas paralelas de muita alta tensão.
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