Investigadores da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e do Instituto Superior de Engenharia (ISEC) desenvolveram uma aplicação para estimar o volume das árvores através de um método expedito e não destrutivo.
O grupo de trabalho foi liderado por docentes Raúl Salas-González (ESAC) e Mateus Mendes (ISEC), sendo composto por Beatriz Fidalgo (ESAC), João Coelho (ISEC), Paulo Coimbra e Manuel Crisóstomo, do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Universidade de Coimbra.
Segundo a ESAC, a investigação foi realizada “de forma a contornar as limitações associadas aos métodos tradicionais de inventário florestal, que implicam um conhecimento especializado, a utilização de instrumentos específicos, e a realização de um extenso trabalho de campo, tornando-os muito onerosos e levando a uma baixa taxa de utilização prática”.
Assim, o trabalho consistiu no desenvolvimento de uma aplicação, que pode ser carregada num telemóvel ou num tablet, e que permite, a partir do tratamento digital de imagens (fotografias) das árvores, efectuar o cálculo do volume do tronco.
“Para além de se tratar de um método não-destrutivo, não exige a utilização de equipamento de medição especializado, e é expedito, já que permite rapidamente a obtenção da estimativa do volume das árvores”, disse a ESAC.
Para a escola, “esta solução vem dar resposta a um problema prático, que assume ainda maior relevância se se tiver em conta que a maioria da área florestal em Portugal está na posse de pequenos proprietários privados, os quais estimam frequentemente de forma visual o volume em pé dos seus povoamentos, sem efectuar quaisquer medições das árvores, conduzindo evidentemente a uma menor precisão da estimativa do volume que irão comercializar”.
A ESAC informou que apesar de o trabalho estar ainda em fase experimental, já é possível “estimar o volume em pé de povoamentos reais de Pinus nigra (pinheiro larício), com erros na estimativa do volume comparáveis aos que se verificam nos métodos tradicionais de medição”.
O objectivo passa agora por se “continuar a desenvolver e aperfeiçoar o ‘software’ e metodologia, assim como estender a sua utilização a outras espécies com interesse florestal”.
Os resultados desta primeira fase experimental foram publicados na revista Symmetry e estão disponíveis em doi:10.3390/sym13030374.
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