Crimes de violência no namoro dispararam em 2023

Na semana marcada pela celebração do Dia dos Namorados, a Associação Académica de Coimbra ergueu uma lona na fachada do Edifício-Sede em homenagem às vítimas de violência doméstica em contexto de relações íntimas durante os primeiros onze meses de 2023. Este gesto não apenas honra as vítimas, mas também serve como um alerta para a realidade alarmante desse crime, o mais denunciado e letal em Portugal.

Consciente da gravidade e actualidade desta questão, a Associação Académica de Coimbra anunciou, ontem (13), a abertura de uma Unidade de Apoio à Vítima, focada especificamente na violência no namoro. O principal objectivo desta iniciativa é estabelecer uma rede de apoio confiável e qualificada para encaminhar as vítimas de acordo com suas necessidades específicas.

A partir de agora, os estudantes poderão marcar consultas através do website da AAC, onde serão prontamente atendidos por profissionais de saúde designados para esse fim. Importante sublinhar que a Direcção-Geral da Associação não terá acesso a esses procedimentos, garantindo o sigilo profissional necessário para a segurança das vítimas.

Renato Daniel, presidente da AAC, destacou a importância desta iniciativa, destacando que ela visa consciencializar a sociedade civil sobre o problema e fornecer um mecanismo eficaz e sigiloso para ajudar as vítimas.

Essa acção da Associação Académica de Coimbra surge num momento crucial, pois dados divulgados hoje (14) pela Guarda Nacional Republicana (GNR) revelam um aumento alarmante nos crimes de violência no namoro. Em 2023, foram registados 1.497 casos, um aumento de 76 em relação ao ano anterior. Especificamente, 434 vítimas estavam na faixa etária até aos 24 anos.

Para combater essa realidade, a GNR lançou uma campanha de sensibilização e prevenção, visando incentivar os jovens a denunciar e a não tolerar qualquer forma de violência em relacionamentos. A Polícia de Segurança Pública (PSP) também iniciará a campanha “No Namoro Não Há Guerra”, destacando a importância da intervenção precoce e especializada nesses casos.

É evidente que a violência no namoro é uma questão séria que requer uma resposta conjunta da sociedade, das instituições e das autoridades competentes. Com iniciativas como a Unidade de Apoio à Vítima da Associação Académica de Coimbra e as campanhas de consciencialização da GNR e da PSP, espera-se um avanço na prevenção e no combate a essa forma de violência, garantindo um futuro mais seguro e saudável para todos os envolvidos.

Fonte: Campeão das Províncias