O Colégio de Especialidade de Cirurgia da Ordem dos Médicos decidiu avançar com uma auditoria às condições de formação no Hospital Geral (Covões) de Coimbra, anunciou hoje a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).
“Perante as insuficiências já denunciadas na urgência e no serviço de cirurgia no plano formativo, e caso se verifique que não estão reunidas as condições exigíveis, o serviço poderá ficar impedido de continuar a formar médicos especialistas em Cirurgia Geral”, refere a secção regional, em comunicado enviado à agência Lusa.
No domingo, a SRCOM denunciou que o Serviço de Urgência do Hospital dos Covões, que integra o Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC), estava “sem capacidade de resposta nalguns turnos de cirurgia”, situação que a administração do CHUC rejeitou.
A nota refere que, “face à gravidade da situação, reportada pela falta de capacidade de resposta cirúrgica nalguns turnos no Serviço de Urgência no Hospital Covões, o Colégio de Especialidade de Cirurgia decidiu fazer uma auditoria às condições de formação ao Serviço de Cirurgia Geral daquele pólo”.
“A urgência geral de adultos do Hospital dos Covões não poderá dar uma resposta complementar se não conseguir cumprir os requisitos mínimos de atendimento aos utentes, uma vez que o atendimento integrado não surge perante a junção de serviços dispersos fisicamente”, sustentava então o presidente da SRCOM, citado no comunicado.
Segundo Carlos Cortes, “se a administração hospitalar não pugnar pelos requisitos mínimos definidos pelo respectivo colégio de especialidade, a Ordem dos Médicos terá de interditar a capacidade formativa a jovens cirurgiões naquele pólo, advindo daí consequências nefastas na assistência aos utentes”.
De acordo com a secção regional, o Colégio de Cirurgia da Ordem dos Médicos define que “o número mínimo da equipa de Cirurgia Geral em cada Urgência é de três especialistas, podendo um ser substituído por um Interno dos três últimos anos de especialidade”.
“Também está definido que, no caso de necessidade de intervenção cirúrgica, deverá haver, no mínimo, três cirurgiões no hospital, com conhecimento e capacidade para executar a intervenção”, refere o comunicado.
LUSA
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