Faleceu ontem, aos 91 anos, José Carlos Telo de Morais, médico, professor, investigador e filantropo que foi também um apaixonado pelas actividades artísticas e culturais.
A sua ligação a Coimbra remonta aos anos 40 do século XX, onde vive intensamente a vida académica e se licencia em Medicina. Dedica a sua carreira hospitalar aos Hospitais da Universidade de Coimbra, como médico radiologista, mas também desempenhando diversos cargos de coordenação e Direcção de Serviço.
A par da sua intensa actividade profissional e associativa, Telo de Morais e a esposa, Maria Emília, dedicam-se a reunir uma vasta e valiosa colecção de arte. Esta colecção, constituída por pintura, cerâmica, escultura, mobiliário, pratas e outros diversos, é oferecida à cidade de Coimbra, em 1999, ficando à guarda da Câmara Municipal.
Para honrar e expor condignamente este espólio oriundo de vários pontos do mundo, a autarquia requalifica o Edifício Chiado, na Rua Ferreira Borges, em pleno coração da cidade. Assumindo-se como o primeiro núcleo do Museu Municipal, o Edifício Chiado passa a acolher o acervo da Coleção de Arte Telo de Morais, sendo reinaugurado a 16 de Julho de 2001, numa cerimónia que contou com a presença do Presidente da República, Jorge Sampaio, e do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado.
Manuel Machado lamenta a morte de Telo de Morais, lembrando “a sua generosidade e humanidade”. “O Dr. Telo de Morais dedicou a sua vida à medicina humanista e à cultura, tendo direccionado generosamente estas actividades para o colectivo”, salienta, recordando a generosa doação da sua colecção à cidade, que foi convencionada num convívio “simpaticamente promovido pelo Dr. Telo de Morais e Dr.ª Emília, em que participaram também Romero de Magalhães, António Monteiro, Jorge Castilho e Marta Brinca”.
Manuel Machado recorda que Telo de Morais “nunca cessou a sua actividade de coleccionador”, tendo reunido também um conjunto de obras de arte contemporânea que a autarquia veio a adquirir recentemente, por um valor simbólico, e que “no futuro irão integrar o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra”.
Numa nota divulgada, o presidente da Câmara Municipal endereça “a toda a família e amigos as mais sentidas condolências, em particular à sua esposa, Dr.ª Emília”.
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