A Câmara de Coimbra considerou, hoje (21), que a ligação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) a Condeixa-a-Nova é “uma boa surpresa”, mas defendeu que não podem ser esquecidas expansões a outras zonas urbanas.
“Fomos apanhados completamente de surpresa, contudo é uma boa surpresa para Coimbra, porque responde, de certa forma, àquilo que têm sido as nossas reivindicações”, disse a vereadora da Câmara de Coimbra com o pelouro dos transportes, Ana Bastos.
A responsável comentava a proposta do Plano Ferroviário Nacional (PFN), apresentado na quinta-feira, que prevê a expansão do SMM, que será servido com metrobus (autocarros eléctricos), que se encontra em execução, ao concelho de Condeixa-a-Nova, passando pela margem esquerda do Mondego, na cidade de Coimbra.
“O processo do metrobus não deve parar pelo traçado que tem actualmente. Por isso, alegra-me que o próprio Governo esteja sensível a isso, prevendo a expansão para sul, até Condeixa, onde considero que há uma ligação funcional que justifica essa expansão, e que vai dar uma resposta à margem esquerda do Mondego. Agora, não podemos é esquecer que há outras zonas urbanas que carecem dessa expansão e não estão previstas no Plano Ferroviário Nacional”, vincou, apontando para casos como o Bairro Norton de Matos, a Pedrulha ou a Adémia.
Segundo Ana Bastos, nem a Metro Mondego nem a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra foram auscultadas no processo, recordando que a CIM tem promovido um estudo “exactamente sobre expansões [do SMM] a concelhos vizinhos, como Mealhada, Cantanhede e Condeixa”.
Para a vereadora, a ligação a Condeixa-a-Nova “faz todo o sentido”, por não haver alternativa, concordando com a proposta do PFN que, a norte, procura “tirar todo o potencial da linha ferroviária do Norte que já existe”.
“No que respeita à Mealhada [que também defendia uma ligação ao SMM], nunca tive dúvidas: há que dinamizar a linha ferroviária. Um BRT [bus rapid transit – metrobus], normalmente, é uma forma de tornar mais barata a construção e exploração de um determinado canal. Nesse caso, um canal ferroviário já existe e, portanto, há que o dinamizar com linhas urbanas”, defendeu.
Nesse sentido, Ana Bastos espera que o PFN possa promover ligações urbanas entre Coimbra e cidades e concelhos à sua volta, como Figueira da Foz, Pombal, Soure, Mealhada ou Aveiro.
“Não faz sentido um utilizador de comboios pagar mais do dobro para ir de Coimbra a Aveiro do que aquilo que paga se for de Aveiro para o Porto [já com serviço urbano]. Todas estas assimetrias têm de ser corrigidas no âmbito do Plano Ferroviário Nacional”, asseverou.
Para Ana Bastos, “há um logo trabalho a fazer”, no sentido de ligar o metrobus às ligações ferroviárias urbanas quer para norte, oeste ou sul, com tarifários “apelativos e que tragam pessoas a Coimbra de comboio, numa óptica meramente urbana”.
Fonte: Campeão das Províncias
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