COIMBRA,24 de Maio de 2025

Carlos Cortes diz que a pandemia realçou a mais-valia dos profissionais do SNS

1 de Junho 2021 Rádio Regional do Centro: Carlos Cortes diz que a pandemia realçou a mais-valia dos profissionais do SNS

Para o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), se houvesse dúvidas sobre a existência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a mais-valia dos seus profissionais, “a pandemia de covid-19 veio dissipar tudo isso”.

Carlos Cortes considerou que “quem salva uma vida salva o mundo”, realçando o esforço e a dedicação em relação aos doentes ao intervir, esta segunda-feira, na sessão de abertura do 23.º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, subordinado ao tema “A Ciência em Tempo de Pandemia” e que reúne, até quinta-feira, em Coimbra, cerca de 1 800 congressistas (a maioria online) e mais de 200 oradores em 61 sessões de trabalho.

“Atravessámos um ano particularmente difícil, penoso, doloroso por vezes. Um ano repleto de indefinições e incertezas. Fomos permanentemente colocados à prova. Foi exigido o melhor de cada um de nós. Lidámos com insuficiências, falta de recursos, decisões tardias no embate inicial com a pandemia em que ninguém, nenhum país, nenhum sistema de saúde, nenhum hospital, nenhum centro de saúde estava verdadeiramente preparado para o que enfrentámos”, recordou Carlos Cortes.

Para o presidente da SRCOM e do Congresso, “apesar da inquietação, nunca desistimos, em nenhum momento”. “Sabíamos todos que devíamos dar tudo por tudo, e demos tudo o que podíamos aos nossos doentes. Nos serviços de urgência, nos serviços de cuidados intensivos, nos internamentos de doentes, nos blocos operatórios. Do sector público, privado ou social. Nas consultas, nos centros de saúde e ADR´s, nos laboratórios, nos centros de investigação, na tarefa fundamental da prevenção, do rastreamento de casos” – considerou.

Segundo Carlos Cortes, “mesmo com falta de meios logísticos, falta de camas, de equipamentos, com programas informáticos inadequados e carências de profissionais, usámos o que tínhamos, a nossa dedicação, o altruísmo, a entrega, a coragem em pano de fundo de humanismo em que aconteceram verdadeiros atos heroicos. Nunca deixámos de ser humanos e responsáveis”.

O médico destacou, ainda, todo o empenho feito pela saúde pública, pelos médicos de família, pelos médicos nos hospitais, nos lares, por médicos reformados e estudantes de medicina e por todos os profissionais de saúde, considerando também ser “justo reconhecer” a participação empenhada e, frequentemente decisiva de Câmaras e Juntas de Freguesia, das forças da autoridade, das corporações de bombeiros e dos militares de todos os ramos das Forças Armadas, entre muitos outros.

Por outro lado, na sessão de abertura, o bastonário da Ordem dos Médicos considerou que a resposta às listas de espera de doentes que ficaram sem consultas ou viram cirurgias adiadas devido à pandemia de covid-19 exige estratégia, investimento público e vontade política.

“Temos a angústia adicional de não conseguirmos identificar todos os que ficaram para trás, sem rosto, sem nome, sem diagnóstico, sem tratamento. E de sabermos que a resposta exige estratégia, investimento público e vontade política”, afirmou Miguel Guimarães.

O bastonário frisou que além da pandemia de covid-19 “outros doentes com outros problemas acumulam-se em consultas e cirurgias por fazer, em listas de espera” e garantiu que a Ordem dos Médicos não descansará até ver “todos os médicos vacinados contra a covid-19”.

O bastonário disse ainda que o Congresso simboliza uma “homenagem aos médicos e a todos os que perderam a vida durante a pandemia”, para os quais pediu um minuto de silêncio.

Dirigindo-se aos médicos e em particular aos que estiveram na “linha da frente” do combate à pandemia, “no meio de uma guerra, sem armas e sem generais”, Miguel Guimarães frisou que os clínicos “foram os líderes que devolveram a esperança e a confiança na saúde”.

Já a ministra da Saúde, na sua intervenção,  realçou que houve um aumento de 450 mil consultas e 40 mil cirurgias, a nível hospitalar, nos primeiros quatro meses do ano, números já próximos dos níveis de 2019, pré-pandemia.

Marta Temido salientou que esse aumento leva a que os níveis já estejam “muito próximos” dos de 2019, antes da pandemia de covid-19. Também nos cuidados de saúde primários há um aumento face a 2020, tendo sido realizadas 12,1 milhões de consultas médicas não urgentes, referiu.

A ministra da Saúde destacou, ainda, a necessidade de recuperar a actividade assistencial, recordando que foram aprovados mecanismos de incentivo financeiro. Esses incentivos, a nível hospitalar, “já permitiram recuperar mais de 82 mil primeiras consultas e 30 mil cirurgias”, apontou.

Segundo a responsável, esse regime de inventivos foi alargado aos cuidados de saúde primários, que poderá iniciar a sua actividade ao abrigo desse regime no mês de Junho.

Jornal Campeão das Províncias

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