O Executivo da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) aprovou, na sua reunião de segunda-feira (10), a atribuição de um apoio financeiro pontual no valor de 25 mil euros à Orquestra Clássica do Centro (OCC) para a concretização, neste ano de 2021, dos projectos educativos e sociais na área da música “A Orquestra vai à escola” e “Na música e na vida todos contam”.
Estes programas são dirigidos a crianças de jardins-de-infância e escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico (1.º CEB) da rede pública e a idosos que frequentam ou habitam em Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho.
A CMC promove, desde 2015, o Programa Municipal Socioeducativo, Cultural e Intergeracional junto de crianças e idosos do concelho, que se desenvolve em duas vertentes, a música e o teatro, e tem sido concretizado pela OCC e pelo O Teatrão, respectivamente.
Este ano, a OCC, além de dar continuidade ao trabalho que tem vindo a realizar, propõe-se a desenvolver actividades subordinadas ao tema “Memória e construção do futuro no presente”, inseridas na parceria com o programa nacional “Nunca esquecer”, com o objectivo de “preservar a memória do Holocausto, promover os direitos humanos, prevenir e combater todas as formas de discriminação, intolerância e desrespeito pela dignidade humana, incluindo o racismo, o antissemitismo, a xenofobia e a homofobia”.
As actividades propostas cumprirão as normas de segurança das autoridades de saúde para o combate à pandemia covid-19 e os planos de contingência dos estabelecimentos escolares e das IPSS.
Assim, no âmbito da actividade “A Orquestra vai à Escola”, a OCC pretende sensibilizar as crianças do 1.º CEB da rede pública, a partir dos oito anos, para a importância de valores como o respeito pelo outro e a tolerância.
Para isso, a OCC vai recorrer à sua música erudita e a excertos do livro “Diário de Anne Frank”, que possam ser lidos e interpretados pelas crianças nas sessões e evento final. Estão previstas quatro sessões por cada escola, num total de nove estabelecimentos escolares.
A programação poderá ter de vir a ser adaptada face à actual situação de pandemia. Já relativamente às IPSS, a OCC pretende apresentar a sua música nas instituições – no caso de não ser possível, será realizado com recurso a projecções e interacções à distância – e promover a partilha de experiência e opiniões sobre o Holocausto.
Esses contributos, que posteriormente serão transmitidos aos mais jovens e vice-versa, vão resultar numa exposição com trabalhos das escolas e das IPSS, numa actividade que se pretende intergeracional, com recurso aos meios digitais. Está prevista a participação de nove IPSS, selecionadas de acordo com a sua localização e critério de proximidade aos estabelecimentos escolares intervenientes, de modo a permitir a partilha desta acção entre eventuais familiares.
O Pavilhão Centro de Portugal vai, assim, acolher uma exposição dos trabalhos que foram elaborados nas sessões e a projecção dos depoimentos e leituras realizadas ao som da música erudita, que se pretende que simbolize a dor, mas também a esperança num mundo melhor, liberto de violência e injustiça.
À semelhança dos anos anteriores, a OCC propõe, ainda, a realização de um espectáculo final no grande auditório do Convento de São Francisco ou no auditório do Conservatório de Música de Coimbra, desde que esse seja exequível e que estão garantidas as condições de segurança necessárias face à situação de pandemia.
Se tal não for possível, a OCC realizará uma gravação de um espectáculo, que difundirá por todas as escolas e IPSS.
A implementação do programa por parte da OCC representa um investimento de 25 mil euros da CMC.
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