Trinta e cinco bombeiros dos Voluntários de Cantanhede foram vacinados contra a covid-19 com doses que sobraram da vacinação no Hospital João Crisóstomo.
“Completado o plano da vacinação interno, foram identificadas 42 doses remanescentes. Inicialmente, o levantamento das necessidades de doses foi efectuado tendo como referência cinco doses por cada frasco, mas a indicação do Infarmed para serem seis doses por frasco originou um aumento de doses disponíveis”, explicou à agência Lusa o Hospital de Cantanhede.
Fonte do gabinete de comunicação adiantou ainda que, “na consulta médica e testagem pré-vacinação, foram identificados profissionais e utentes com contra-indicações clínicas, diagnóstico ou presença de sintomas indicadores de covid-19, ou que tinham estado doentes infectados há menos de 90 dias”, que não puderam ser inoculados.
A listagem de prioridades do plano de vacinação daquela unidade hospitalar, elaborada em Dezembro, “definia como prioritários os profissionais do bloco operatório e equipa de colheitas e profissionais e utentes inseridos na Rede Nacional de Cuidados Integrados (à semelhança dos lares e estruturas residenciais para idosos)”.
A lista de suplentes incluía todos os restantes funcionários do hospital.
Tendo em conta que as vacinas têm um prazo de conservação muito limitado “(as doses preparadas têm de ser utilizadas nesse dia e local) e seguindo o princípio de evitar qualquer desperdício”, o Hospital de Cantanhede vacinou ainda prestadores médicos, funcionários da empresa de alimentação (que prepara e transporta comida até ao quarto do doente, incluindo infectados) e de limpeza.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede disse que foram vacinados 35 bombeiros assalariados, que se juntam a outros seis que já tinham sido inoculados anteriormente nas suas actividades, em sectores da saúde.
“Temos a noção de que a vacinação não vem resolver o problema [da covid-19], mas ficamos mais descansados”, referiu José Oliveira, destacando a elevada percentagem de doentes infectados que os bombeiros transportam.
A corporação enaltece a atitude do Hospital de Cantanhede, “que reflecte o reconhecimento do nosso papel na linha da frente da emergência pré-hospitalar” e vem garantir “a protecção dos elementos e, consequentemente, da população que servimos”.
O comandante José Oliveira lamentou, no entanto, que na primeira fase de vacinação da corporação apenas seja contemplado 50% do corpo activo (112 operacionais), o que obriga a efectuar uma selecção “quando todos trabalham e estão na linha da frente”.
Desde o início da pandemia, os Bombeiros de Cantanhede já tiveram uma dúzia de casos de covid-19, dos quais três ainda estão positivos.
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