Ricardo Pocinho, presidente da ANGES – Associação Nacional de Gerontologia Social, desafia, numa missiva aos candidatos à Presidência da República Portuguesa para que, vencendo, criem a figura de provedor do idoso.
“Vivemos tempos de adversidade e incerteza, mas também de superação. A crise pandémica que nos assola e afecta a todos, evidenciou um sector social fragilizado, com falta de recursos – sobretudo humanos -, com dificuldades na gestão e na capacidade de resposta com a celeridade e eficácia necessárias para fazer face aos obstáculos que se impõem, não só no desempenho de funções a estas inerentes, mas também ao propósito que devem cumprir”, nota Ricardo Pocinho, notando que: “estamos perante um sector que foi um verdadeiro parceiro do nosso Sistema Nacional de Saúde, talvez o melhor, que evitou o colapso do mesmo nas fases agudas desta pandemia, e que com poucos recursos conseguiu evitar uma catástrofe maior para o nosso país”.
A ANGES considera, por isso, que “este sector deve ser uma prioridade para um estado social como o nosso, uma vez que se candidatam à chefia deste estado e ao seu maior órgão de soberania, reivindica a ANGES a criação de um representante do sector social no Conselho de Estado: Um Provedor do Idoso”.
“Num sector social abrangente, e considerando a tendência para um envelhecimento marcado no nosso país, é evidente a necessidade de haver um elemento que auxilie o Presidente da República na compreensão e intervenção das questões do envelhecimento, e que consciente da separação de poderes, seja o seu assessor nos desafios que se insurjam nos anos vindouros do seu mandato”. Por isso mesmo, defende Ricardo Pocinho em representação da ANGES, “este elemento cumpriria o propósito de ser um verdadeiro elo de ligação entre as organizações sociais e o Estado, motivando o governo a criar legislação e recursos adequados ao funcionamento das mesmas, e acima de tudo, criando as condições necessárias para uma relação de complementaridade que permita que Portugal se destaque como um país que prioriza uma política que proteja e faça evoluir o seu sector social”.
E conclui dizendo que deseja uma campanha presidencial que “permita debate claro e afirmação de convicções”, solicitando “o compromisso com os mais velhos”.
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