O investidor da futura Sociedade Anónima Desportiva (SAD) da Académica de Coimbra está obrigado a liquidar os mais de sete milhões de euros de passivo do clube, disse, hoje, o presidente da Direcção, Pedro Roxo.
Em conferência de Imprensa, a Direcção da Briosa explicou que o investidor terá de injectar de imediato 3,4 milhões de euros, além do pagamento do passivo da actual Académica/Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ).
As negociações relativas à proposta de transformação da SDUQ da Académica/OAF [Organismo Autónomo de Futebol] em SAD estão concluídas e, amanhã (quinta-feira), os sócios votam em Assembleia Geral uma alteração estatutária que poderá permitir que seja depois decidida em referendo, no dia 29, esta alteração de modelo de gestão.
A concretizar-se a criação da SAD, o investidor ficará com 70 por cento do capital social, enquanto a Académica ficará com os restantes 30 por cento, embora numa fase inicial o accionista principal fique com 72 por cento do capital.
“Amanhã [quinta-feira] não será votado modelo societário, mas apenas a alteração de estatutos, que permitirão que no dia 29, aí sim, possa ser votado o modelo societário”, disse o presidente Pedro Roxo.
Segundo o vice-presidente Afonso Pedrosa, o futuro investidor, cujo nome ainda não foi anunciado, embora integre o grupo BMG, terá de investir 20 milhões de euros nos próximos 10 anos, com uma média de investimento no futebol profissional de dois milhões por ano.
“A regra geral é que esse investimento seja feito em dinheiro, com carácter de permanência, que é muito importante, mas poderá nalguns casos ser efectuado em espécie”, explicou.
A preservação dos símbolos, cores e tradições da Briosa estão contempladas na alteração de estatutos, bem como a manutenção das equipas de sub-23, sub-19, sub-17 e sub-15.
O Conselho de Administração da futura SAD será constituído por três a cinco elementos – um a dois serão escolhidos pela Académica –, sendo que o presidente será escolhido por este Conselho, embora a regra geral “é que o presidente do Conselho de Administração será o presidente da Académica”.
“Em momento algum, o presidente do Conselho de Administração pode ser uma pessoa estranha à vontade do OAF”, salientou Afonso Pedrosa.
Caso as alterações aos estatutos não sejam aprovadas na Assembleia de quinta-feira, o presidente Pedro Roxo assumiu que a viabilidade do clube e a continuidade do projecto que lidera fica em causa.
“Isto não é uma questão nova e ninguém pode dizer que a Direcção vem surpreender, porque o projecto que temos [e divulgado na campanha eleitoral] assenta na criação da SAD e é nisso que estamos focados em avançar”, frisou.
Aos jornalistas, o presidente da Académica voltou a reiterar que o objectivo da SAD passa por criar um clube “forte e pujante” que suba à I Liga de futebol e que dentro de “três, quatro anos”, esteja a luta por um lugar nas competições europeias.
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