Quilho, na freguesia de Espinho, concelho de Mortágua, esteve em festa no fim-de-semana, com a realização da XVII edição da Feira da Castanha e do Mel, que acontece sempre em meados de Outubro, com a população a arregaçam as mangas e deixar satisfeitos muitas centenas de pessoas que procuram a Feira, que envolve a população, visitantes e os que gostam de saborear os petiscos tradicionais desta localidade., entre eles, a Sopa da matança, Serrabulho, Torresmos/Carne do alguidar, Febras, feijoada, diversos petiscos e pratos confeccionados com castanhas, pão de trigo, broa caseira, vinhos, água-pé e os doces (pastel de castanha, filhós com mel e bolo de cornos) e muita animação musical.
Este ano, a exemplo do que fizeram em 2024, e porque se trata de uma região do país cuja população tira parte do seu rendimento da floresta, a Abastena Sociedade Abastecedora de Madeiras, associou-se à organização e proporcionou um “Fórum sobre Política Florestal”, um espaço de diálogo e partilha dedicado ao futuro das nossas florestas, que reuniu mais de uma centena de participantes vindos de diversas regiões do país para debater esta temática.
Com uma peleia de oradores brilhantes (Adérito Pereira – proprietário e empreendedor florestal; Sandra Carvalho – proprietária e empreendedor florestal; Marcolino Farinha Nel – proprietário e empreendedor florestal; Manuel Martins (Abastena); Pedro Serra Ramos – presidente da direcção da ANEFA; Luís Pais de Sousa – advogado; Henrique Pereira Santos – Arquitecto paisagista; João Adrião – Gestor Ambiental Florestal; Comandante Marques Martins – vice-presidente da Liga de Bombeiros Portugueses; Domingos Lopes – Docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Xavier Viegas – Professor Catedrático Especialista em Incêndios Florestais), fórum que foi dirigido por José Júlio Norte. A sessão de abertura iniciou-se com intervenções de Mário Esteves (ADESQ); Armindo Fernandes (Abastena) e Ricardo Pardal – presidente da Câmara Municipal de Mortágua.
Foi um Fórum onde se ouviu constantemente críticas a todos os governos que “alimentam os fogos” há décadas e não querem aceitar as melhores políticas para o combate dos mesmos, com “uma floresta rentável e ordenada”, criticando duramente o ICNF “que não serve para nada e deveria ser extinto”.
Na opinião da maioria dos oradores “nunca houve tantos meios em Portugal e tão pouca acção” no combate aos incêndios ou às plantas invasoras. Foi unânime ouvir nas mais diversas intervenções: “A legislação é castradora da floresta; Políticas florestais desastrosas; imporem soluções sem rendimentos; pessoas ostracizadas por estar na defesa da sua terra e dos seus bens, quando todos sabem que “sem população não há gestão territorial” e mais grave, no pico dos incêndios querem correr com as populações das suas terras” quando, é dos livros, “se houver gente na floresta estamos todos mais tranquilos”, explicaram.
Este debate foi um rol de críticas aos governantes, que são convidados a marcar presença nestes debates e “nunca aparecem para ouvir as verdades. O governo acabou com a administração florestal quando extinguiu as casas dos guardas-florestais e deixou entregue as florestas ao seu destino”. Mas pior: se os pescadores não podem ir ao mar devido ao temporal recebem subsídios e então os madeireiros, que são obrigados a deixar de trabalhar nas matas no Verão, onde é que vão buscar rendimentos para sustentar as famílias?
Foi um debate muito interessante, enriquecedor, com sugestões de quem sabe e trabalha a floresta e que não são ouvidos porque há muitos interesses paralelos com os fogos florestais.
Fonte: Campeão das Províncias
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