O novo presidente da Câmara de Soure, Rui Fernandes, manifestou, na cerimónia de tomada de posse, o desejo de ver o seu município ganhar escala e seguir por “um caminho de metropolização e coesão territorial”.
“Quero aqui assegurar diante de todos que terão no Município de Soure uma voz e uma acção por este desejo de escala maior, por um caminho de metropolização e coesão territorial. Nós somos parte dessa força que nos une”, destacou.
Ao longo da sua intervenção na cerimónia de tomada de posse, que decorreu ao final da tarde desta quinta-feira, Rui Fernandes afirmou que o governo municipal é hoje um ponto de intersecção da governança multinível, “cada vez mais complexo, mais interligado e inter-relacionado”. “Cada vez mais dependente da nossa articulação regional”, alegou.
De acordo com o autarca, o Município de Soure e as suas freguesias são peças de um mosaico governativo de dimensão regional e intermunicipal.
“É complemento das funções do Estado na saúde, educação, protecção civil, segurança ou acção social; é parceiro da nossa generosa rede social, é colaborador da abundante iniciativa associativa seja ela cultural, desportiva, recreativa ou outra; é parte interessada pela ação de bem comum que fazem as nossas confissões religiosas, e é destino de todos os sourenses”, acrescentou.
O presidente da Câmara empossado sublinhou também a responsabilidade e visão do município de Soure para aquilo que considera ser “um dever de governança alargado”.
“Estamos já muito longe das autarquias saídas de Abril, em que o modelo de governo era o das lideranças informadas e a agenda era apenas a superação dos défices primários”, sustentou.
No seu discurso aludiu também ao momento musical que antecedeu a sua intervenção, que foi “cuidadosamente seleccionado” e revela “o mapa e a proposta para os próximos quatro anos”.
No átrio dos Paços do Concelho, que estava completamente cheio, ouviu-se um jovem cantar “Vejam Bem”, de Zeca Afonso, “o mediador entre mundos culturais distintos”.
“É aqui que ancoramos o nosso método de trabalho para os próximos quatro anos. Estamos certos de que o caminho em frente para Soure está nesta convergência de tempos e recursos, na necessidade de cruzar o melhor que aqui temos como o nosso património, território ou localização; com a inovação, a excelência e a competência”, justificou.
Outro dos temas ouvidos, “Todo Cambia”, de Mercedes Sosa, foi seleccionado para ilustrar um desígnio que elegeu para o mandato: o da mudança.
“É agora o tempo de transformar esta escolha numa vontade colectiva, um sentido positivo para o nosso concelho que nos ponha de acordo com o rumo da mudança”, vincou.
A última escolha musical recaiu em “Strange Fruit”, da Billie Holiday, que “converteu o ódio em amor, transformou o poema desesperado de Meeropol num hino intemporal de esperança que inspirou gerações”.
Rui Fernandes considerou que a política em Soure “tem sido uma árvore de ódio”, defendendo que “é tempo de se converter num espaço de tolerância, de compreensão e de encontro com o outro”.
“Que comece por nós, os que em cargos electivos têm a obrigação de mostrar a melhor face do poder local, que contagie os funcionários municipais, também eles maioritariamente pais e avós de sourenses que merecem aqui ter futuro, o melhor futuro que lhe possamos dar”, afirmou.
O independente Rui Fernandes foi eleito presidente da Câmara Municipal de Soure a 12 de Outubro, terminando com 20 anos consecutivos de liderança do PS.
O movimento independente Novo Ciclo que encabeçou reuniu antigos militantes socialistas, que perderam as eleições internas em Setembro de 2024 e que se desfiliaram do partido. Sucede a Mário Jorge Nunes, que cumpriu três mandatos pelo PS.
Nos próximos quatro anos, o executivo municipal de Soure é constituído por três elementos do movimento independente, três do PS e um da coligação PSD-CDS/PP.
Fonte: Campeão das Províncias
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