A estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Cantanhede, ontem inaugurada, representa um investimento de 12,8 milhões de euros e tem como objectivo resolver os problemas ambientais que afectavam os recursos hídricos daquele concelho e de Mira.
“Foi um trabalho muito difícil, muito árduo, mas isto era muito importante para a região”, afirmou o secretário de Estado da Administração Local, Silvério Regalado, que falava hoje durante a inauguração da ETAR de Cochadas, em Cantanhede, infra-estrutura que começou a operar no final de Junho.
O membro do Governo recordou que a solução vem “tarde demais”, mas assegura agora “melhor qualidade ambiental, melhor qualidade de vida e melhor ordenamento do território”.
A ETAR representou um investimento de 12,8 milhões de euros pela Águas do Centro Litoral (AdCL), cofinanciada a 47% por fundos comunitários, tendo uma capacidade de tratamento de mais de 14 mil metros cúbicos por dia.
Os problemas ambientais que afectavam solos e águas em Mira e em Cantanhede começaram a acontecer e a adensar-se a partir de 2014, alimentados por descargas de poluentes de indústrias e empresas.
Ao longo dos anos, os dois municípios afectados por esses problemas foram exigindo uma resposta, tendo sido posteriormente avançada pelo Governo a solução de construção da ETAR de Cochadas – Cantanhede, anunciada em 2019, mas cujo processo se foi arrastando por concursos vazios e uma empreitada complexa.
Na cerimónia, o presidente da AdCL, Alexandre Oliveira Tavares, recordou isso mesmo, admitindo que foi uma “obra difícil de concretizar”, quer em projecto quer na contratação das empreitadas, quer na própria execução das obras, onde se registaram constrangimentos nas fundações da ETAR.
Para a presidente da Câmara de Cantanhede, Helena Teodósio, a inauguração da ETAR “assinala o fim de um problema ambiental” nos dois concelhos, lamentando que a solução “tivesse demorado tanto tempo a ser decidida e implementada”, apesar das diligências dos municípios.
“É uma vitória do interesse público, ainda que tardia”, notou, reconhecendo ainda o papel e contributo dos antigos secretários de Estado do Ambiente de Governo PS Carlos Martins e João Ataíde por desenvolverem os mecanismos para a obra poder avançar.
Também o presidente da Câmara de Mira, Artur Fresco, notou que o processo foi marcado por “alguns dissabores” e que o seu concelho foi particularmente fustigado por descargas que afectaram lagos e lagoas.
“Aguardou-se durante muito tempo a construção desta ETAR”, notou, recordando ainda o papel do anterior presidente do Município, Raul Almeida (que morreu em 2024), nas chamadas de atenção junto das autoridades – também sublinhado pela autarca de Cantanhede.
Fonte: Campeão das Províncias
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