A Direcção da Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (OAF) retirou da ordem de trabalhos da Assembleia-Geral o ponto para alteração de estatutos que permitia referendar a passagem do clube a Sociedade Anónima Desportiva (SAD).
Presidida por Pedro Roxo, a Direcção justificou a decisão com a posição da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (casa-mãe) de retirar o símbolo e o nome ao clube caso o investidor da futura SAD tivesse mais de 50 por cento do capital social.
Na proposta de alteração de estatutos estava previsto que o investidor da SAD ficaria com 70 por cento do capital social, enquanto a Académica com os restantes 30 por cento, embora numa fase inicial o accionista principal ficasse com 72 por cento do capital.
O presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra, Daniel Azenha, disse, na reunião da Assembleia-Geral, ontem à noite, que “não pretende intervir no modelo societário” que o OAF pretende implementar, mas que a casa-mãe não está disponível para ceder o símbolo e o nome a uma sociedade em que o capital social não seja maioritariamente do clube.
A retirada do ponto da ordem de trabalhos, que foi anunciada nos canais de comunicação da Académica cerca de hora e meia antes do início da Assembleia, motivou muitas críticas dos sócios da Briosa, dos que estavam a favor e contra a criação de uma SAD com capital maioritariamente privado.
Com a retirada do ponto da ordem de trabalhos, a Assembleia-Geral referendária de 29 de Novembro, para votação para a transformação da actual Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) da Académica/OAF em SAD fica sem efeito.
A proposta de alteração de estatutos previa que o investidor da futura SAD ficasse obrigado a liquidar os 7,5 milhões de euros de passivo da actual Académica/Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) e a injectar de imediato 3,4 milhões de euros.
O futuro investidor, cujo nome ainda não foi anunciado, embora integre o grupo BMG, teria de investir 20 milhões de euros nos próximos 10 anos, com uma média de investimento no futebol profissional de dois milhões por ano.
A preservação dos símbolos, cores e tradições da Briosa estavam também contempladas na alteração de estatutos, bem como a manutenção das equipas sub-23, sub-19, sub-17 e sub-15.
O presidente da mesa da Assembleia-Geral da Académica, Maló de Abreu, declarou que o assunto só volta a uma próxima reunião depois de existir entendimento entre o OAF e a Direcção-Geral da AAC.
Prejuízo de 1,4 milhões de euros na época passada
Na Assembleia Geral, os sócios da Académica/OAF aprovaram, por maioria, o Relatório e Contas da época 2018/19, que apresentou um resultado negativo superior a 1,4 milhões de euros.
O documento foi aprovado em Assembleia-Geral, com 101 votos a favor, 10 contra e 103 abstenções.
De acordo com o Relatório e Contas, o passivo total da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) da Académica situa-se nos 7,5 milhões de euros.
Na reunião, os sócios aprovaram, também, o Orçamento para a época 2019/20, que prevê gastos globais de 2,010 milhões de euros e rendimentos de 2,083 milhões de euros.
De acordo com a Direcção, o futebol profissional (plantel e equipa técnica) consome 51 por cento dos gastos.
O Orçamento foi aprovado com 73 votos a favor, um contra e 121 abstenções.
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