O Convento São Francisco (CSF) e a Capela da Ordem Terceira vão acolher, já este fim de semana, 04 e 05 de Março, a XII Mostra de Doçaria Conventual e Contemporânea de Coimbra. Um evento que promove as dinâmicas entre o património imaterial e o material, bem como o diálogo com diversas formas de arte, conhecimento e entretenimento. A iniciativa da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, em parceria com a Associação de Doceiros de Coimbra (ADOC) e com a Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra (EHTC), vai acontecer no sábado, das 14h00 às 22h00, e no domingo, das 10h00 às 19h00. A entrada é livre.
O objectivo é dar continuidade ao trabalho de salvaguarda e de preservação do património alimentar doceiro e, em paralelo, estimular o desenvolvimento da inovação e o conhecimento desta arte de saber-fazer. A XII edição da Mostra de Doçaria Conventual e Contemporânea de Coimbra conta com a participação de 37 expositores doceiros, com destaque para a presença de um expositor internacional, de Santiago de Compostela, cidade geminada com Coimbra.
O mote do certame é a herança doceira, legado de congregações religiosas dos três conventos de Coimbra – Celas, Santa Clara e Sant’Anna –, de que são exemplos o pastel de Santa Clara, a arrufada de Coimbra ou o pudim das Clarissas. Além dos doces e licores conventuais de Coimbra e da região Centro, disponibilizados por expositores oriundos de Alcobaça, Alfeizerão, Ançã, Aveiro, Figueira da Foz, Lamego, Leiria, Lorvão, Ovar, Pereira, Tentúgal e Tomar vai ser possível, ainda, ser degustados doces típicos da região norte (Amarante, Caldas de Vizela, Felgueiras, Régua e Santa Maria da Feira) e do sul do país (Évora, Reguengos de Monsaraz e Silves).
A notável arte de manusear ingredientes como o açúcar, os ovos, a farinha, a amêndoa, entre outros, poderá ser comprovada pelos visitantes ao saborearem especialidades doceiras como: papos d´anjo; foguetes; lérias; queijadas de São Gonçalo; brisas do Tâmega; pasteis e queijadas de Tentúgal e de Évora; pão de ló de Ovar, Margaride e Alfeizeirão; suspiros; ovos moles; cacos; castanhas de ovos; fidalguinhos; raivas; São Gonçalinhos; bolinhol; cavacas; sopa dourada; trouxas de ovos; cornucópias; toucinho do céu; bolo real de São Bernardo; hóstias celestiais; queijinhos do céu; brisas do Lis; pão de rala; ensopado de noz; sericaia; encharcada; morgado; fidalgo; regueifa; fogaça; bolo do convento; pasteis e nevadas de Lorvão; fatias de Tomar; D. Rodrigo; queijinhos de figo; os rebuçados da Régua; entre muitos outros exemplares que, por certo, vão fazer jus à riqueza dos nomes, das formas, das cores mas, acima de tudo, da qualidade dos sabores inigualáveis da doçaria conventual e contemporânea que Portugal oferece.
O evento fica, também, marcado pela programação em outros espaços, nomeadamente no Convento São Francisco e na Capela da Ordem Terceira, reflectindo o alinhamento da escolha dos espaços com a dimensão tradicional e contemporânea que ambos transportam, criando ressonâncias entre o património imaterial e o edificado. Nesta edição juntam-se, entre outras propostas, workshops, uma performance teatral, dois concertos e um recital de poesia a cargo de Pedro Lamares.
No sábado, a ADOC e a EHTC lançam o convite para se dirigir “Do convento para o Bar” para uma “Harmonização de doces conventuais com cocktails” e para testar de que forma “Os Doces Também se Bebem”, actividades dinamizadas pelos chefs Eduardo Vicente, Luís Gomes e Paulo Queirós, apresentados por Catarina Camacho. O programa conta, ainda, com o “Coro das Freiráticas”, apresentado pela Cooperativa Bonifrates, que apresenta a leitura de um texto que evoca os outeiros conventuais – doce inspiração a partir de uma história jocosa do século XVIII, “Suplício dos doces”. Também no sábado, numa incursão pelo património doceiro coimbrão, em “Doces da Casa”, a ADOC leva a cabo o workshop dedicado ao tema “Coimbra, Pátria das Arrufadas”. A fechar o programa deste dia, António Ataíde apresenta um espetáculo inédito de Canção de Coimbra, na Capela da Venerável Ordem Terceira.
Na programação de domingo, para além dos workshops “Uma Rosa para a Rainha” (ADOC) e de “Os Doces Também se Bebem” (EHTC), destaque para a tertúlia com degustação “Comer com os Olhos”, uma conversa entre Guida Cândido (autora de livros, artigos científicos e publicações nas áreas da gastronomia, culinária e história da alimentação) e Paulo Queirós (gerente e chef do Cordel Maneirista), apresentados por Catarina Camacho. Destaque, ainda, para a voz inconfundível de Pedro Lamares, que será o protagonista do recital de poesia “A Poesia é para Comer”. A XII Mostra de Doçaria Conventual e Contemporânea de Coimbra culmina com uma actuação única dos Guitarrinhos do Mondego, da MUS.MUS.CBR – Associação Cultural Museu da Música de
Coimbra.
A iniciativa, que conta ainda com a colaboração do Café-Concerto e da Ordem Terceira, é de entrada livre e decorre entre as 14h00 e as 22h00 de sábado e entre as 10h00 e as 19h00 de domingo, na Sala D. Afonso Henriques do Convento São Francisco.
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