Cerca de 200 trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra concentraram-se, esta terça-feira, na antiga Igreja do Convento São Francisco, onde decorre a Assembleia Municipal, na qual será votada a internalização dos SMTUC.
A concentração surge depois de um plenário de trabalhadores convocado pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), que teve como objectivo fazer “pressão” contra a proposta de internalização dos SMTUC, que é votada na Assembleia Municipal, afirmou à agência Lusa a dirigente sindical Luísa Silva.
“Os trabalhadores votaram, em plenário, com a presença do presidente da Câmara, que eram contra essa internalização e, portanto, nós estamos do lado dos trabalhadores e somos contra essa internalização porque achamos que não é isso que vai resolver o problema dos SMTUC”, frisou a dirigente do STAL.
Segundo Luísa Silva, os trabalhadores decidiram marcar presença na Assembleia Municipal de Coimbra para “fazer uma pressão para que a internalização não aconteça” e sensibilizar os deputados para um chumbo da proposta, que foi previamente aprovada em reunião da Câmara de Coimbra, cujo Executivo é liderado pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Aliança/RIR e Volt).
“Os principais receios são o desaparecimento dos SMTUC e das linhas dos SMTUC. O Metro Mondego vai ficar com as linhas mais importantes dos SMTUC e esta proposta vai levar serviços a desaparecerem e motoristas e restantes trabalhadores a serem integrados noutros serviços. Não queremos isso” – vincou.
A proposta foi aprovada por maioria da coligação Juntos Somos Coimbra em 12 de Setembro, contando com os votos contra do PS e da CDU.
No início da Assembleia Municipal de Coimbra, o presidente do órgão, Luís Marinho (PS), referiu que houve “um compromisso” com os trabalhadores de não se manifestarem, ou de intervirem durante a ordem de trabalhos.
Antes da ordem de trabalho, um porta-voz dos funcionários dos SMTUC, José Pires de Sousa, realçou que, ainda durante a campanha, o actual presidente da Câmara, José Manuel Silva, fez “promessas” que não foram cumpridas.
“Não houve cumprimento da palavra e os transportes pioraram 100%. Como é que se pede apoio aos funcionários para dar apoio à internalização quando, para trás, não houve cumprimento de uma palavra? Todos os funcionários estão desconfiados”, frisou.
José Pires de Sousa realçou ainda que a responsabilidade do “caos” nos SMTUC “será sempre do senhor presidente”, caso a internalização avance ou não.
“Nenhum dos funcionários aqui é responsável pela má gestão dos SMTUC”, vincou, criticando a atual situação dos serviços.
A proposta de internalização foi rejeitada no final de Agosto em assembleia-geral dos funcionários dos SMTUC com 130 votos contra, 38 a favor e 33 abstenções.
Apesar de o Juntos Somos Coimbra ter maioria absoluta na Câmara Municipal, a Assembleia Municipal é presidida pelo PS, que conta com 12 deputados eleitos e 10 presidentes de Junta (22 membros). O Juntos Somos Coimbra conta com 21 membros, a CDU cinco, o movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) dois e o Chega um.
Fonte: Campeão das Províncias
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