As câmaras de Tomar e de Ourém comprometeram-se a identificar, nos próximos 30 dias, todos os pontos da rede pública que possam estar a descarregar para o rio Nabão, disse hoje a presidente do município nabantino.
“Temos que descartar se existe ou não alguma infra-estrutura pública a causar algum foco de poluição” no rio, referiu Anabela Freitas, num balanço da reunião realizada na segunda-feira com o município de Ourém e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para a definição de uma estratégia de actuação que trave os episódios de poluição no Nabão.
Dessa reunião saiu a decisão de os dois municípios criarem um grupo de trabalho para a realização desse levantamento, informação que se juntará aos 12 pontos de descarga já identificados ao longo de todo o curso do rio.
A autarca adiantou que serão analisadas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), mas também a possibilidade de haver águas pluviais a drenar para os sistemas de saneamento, que, em carga, acabam por drenar para o rio, o que, a acontecer, obrigará a um investimento na separação das redes.
Da reunião saiu igualmente a decisão de, com a APA, serem identificados e verificados outros pontos, de privados, que se possam juntar aos já conhecidos.
Só depois de concluído este levantamento, as três entidades estarão em condições de delinear “estratégias de actuação”, nomeadamente a possibilidade de obras nos sistemas de saneamento que estejam a receber águas pluviais.
Anabela Freitas informou ainda que, quanto ao foco de poluição detectado no passado dia 1, e que originou uma queixa apresentada pelo município, os resultados de todas as análises recolhidas, tanto a pedido da Câmara como as feitas pela APA (estas em dois momentos, nos dias 2 e 5), só deverão ser conhecidos no final da semana.
Os primeiros resultados, de análises “mais simples” que precisarão ser precisadas, apontam para uma concentração elevada de coliformes fecais, desconhecendo-se ainda se de origem humana ou animal.
A autarca admite que os episódios de poluição que se acentuaram desde há um ano possam ter várias origens.
A reunião de segunda-feira surgiu na sequência da audiência com o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, no dia 8, em resposta ao pedido feito pela autarca a 2 de Março, dia em que apresentou queixa às entidades fiscalizadoras “face aos focos evidentes de poluição existentes no rio Nabão”.
LUSA
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