COIMBRA,12 de Outubro de 2024

PS e CDU deixam passar Orçamento da Câmara de Coimbra de 174,9 milhões

27 de Dezembro 2022 Rádio Regional do Centro: PS e CDU deixam passar Orçamento da Câmara de Coimbra de 174,9 milhões

O Orçamento da Câmara de Coimbra para 2023, no valor de 174,9 milhões de euros, foi aprovado esta terça-feira na Assembleia Municipal com 26 abstenções dos membros do PS e da CDU, dois votos contra do movimento Cidadãos por Coimbra e 22 votos a favor das forças política que compõem a coligação Juntos Somos Coimbra.

Esta coligação, que governa a Câmara com maioria, está na Assembleia Municipal representada por PSD, CDS-PP, PPM e Nós, Cidadãos! e dependente dos votos da oposição para ver aprovadas as suas propostas, o que aconteceu com o Orçamento e as Grandes Opções do Plano (GOP), documentos viabilizados com um número de abstenções a superarar os votos favoráveis.

Reafirmando que o impacto da conjuntura representa menos 12 milhões de euros para os cofres camarários entre 2022 e 2023, o presidente do Município, José Manuel Silva, realçou que para o próximo ano a “amputação orçamental” é agravada pelo prejuízo superior a um milhão de euros por uma “muito mal negociada descentralização da Educação”.

Apesar disso, José Manuel Silva destacou a criação da nova estrutura do Município, que terá um custo de 867 mil euros face ao aumento do número de dirigentes, mas que representa “um claro e necessário investimento na capacidade, qualidade, organização e preparação da Câmara Municipal para responder aos desafios presentes e futuros”.

Confrontado com as críticas da oposição, que considera que estão ausentes do Orçamento para 2023 grande parte das promessas eleitorais da coligação, José Manuel Silva socorreu-se das palavras do primeiro-ministro, António Costa: “Não vivemos na ansiedade de cumprir no primeiro ano tudo o que temos para cumprir nos quatro anos da legislatura”.

O líder da bancada socialista, José Ferreira da Silva, considerou o documento aprovado como “um orçamento de grandes, médias e pequenas mentiras”, acusando o Executivo de lançar “falsas promessas” e de “enganar os munícipes”.

A ausência de investimento na Baixa de Coimbra, os problemas com os transportes urbanos no concelho e as obras do ‘metrobus’, que afetam o trânsito na cidade, foram algumas das questões que o deputado do PS apontou. No entanto, os socialistas “não seguem uma política de terra queimada”, notou, sustentando nessa postura a razão pela qual o PS optou por se abster.

Já a CDU apresentou propostas, como a conversão do Convento de Santa Clara-a-Nova como “casa das associações e centro de recursos partilhados”, a ampliação do serviço de fornecimento de refeições escolares, um plano de recuperação dos edifícios escolares ou a criação de um novo parque de Ecovia para poder servir os Hospitais da Universidade de Coimbra.

Assinalando a “opacidade” do Executivo e a ausência de acolhimento de qualquer proposta apresentada pelo Cidadãos por Coimbra, a deputada Graça Simões alertou para várias situações no orçamento, nomeadamente mais de oito milhões de euros para aquisição de serviços, apenas 3,4% do orçamento para as freguesias (ao contrário dos 10% prometidos pelo Executivo) e montantes reservados sem rubricas definidas.

Na Assembleia Municipal, foi também aprovado o Orçamento para 2023 dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), com o Cidadãos por Coimbra a votar favoravelmente, ao lado dos partidos que compõem a coligação Juntos Somos Coimbra, já o PS e CDU abstiveram-se.

Fonte: Campeão das Províncias

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