O PS critica o “caos” no trânsito que se tem assistido nas últimas semanas em Coimbra, já a Câmara Municipal afirmou que as perturbações são “inevitáveis” face às obras em infra-estruturas do MetroBus.
“Sabemos da importância e da necessidade das obras que estão a realizar-se por toda a cidade, sabemos que Coimbra vai beneficiar com a nova mobilidade do Metro Mondego, mas não podemos ficar reféns dessas mesmas obras e transformar o quotidiano dos munícipes nesta realidade absurda”, criticou a vereadora socialista Rosa Cruz, durante a reunião do Executivo desta segunda-feira.
Para o PS, os conimbricenses estão a viver “uma situação caótica ao nível da mobilidade”, questionando o Executivo sobre se acha o momento adequado para se avançar com o corte de circulação no tabuleiro inferior do Açude-Ponte.
Rosa Cruz considerou que foi “negligenciado um plano cronológico exequível das obras, que evitasse estes condicionalismos danosos ao nível do trânsito”, sendo necessário um planeamento e gestão da realização das obras públicas, a divulgação de rotas alternativas e uma coordenação “realista do número de obras que decorrem em simultâneo”.
A vereadora do PS apontou para o exemplo das vias de aceleração na entrada do IC2 através da Casa do Sal (zona com grandes constrangimentos de trânsito), que foi implementado na altura dos concertos dos Coldplay, em Maio, como solução que permitira melhorar a fluidez da circulação (a Câmara de Coimbra já tinha afirmado na semana passada que a Infraestruturas de Portugal recusou que essa solução passasse a definitiva).
Também no período antes da ordem do dia, a vereadora com o pelouro da mobilidade da Câmara de Coimbra, Ana Bastos afirmou que as queixas dos cidadãos são legítimas, mas admitiu que “não há milagres”. “Não há desenvolvimento sem obras, nem obras sem perturbação”, notou a vereadora eleita pela coligação Juntos Somos Coimbra.
A vereadora explicou que as empreitadas relacionadas com o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) que avançam em toda a cidade, envolvem a Infraestruturas de Portugal (responsável pelas obras), envolvendo também a empresa municipal Águas de Coimbra e a Águas do Centro Litoral, tirando partido desta intervenção para modernizar e reabilitar “as infra-estruturas subterrâneas em Coimbra”, que estavam “subdimensionadas e maioritariamente muito degradadas e a necessitar de investimento há décadas”.
“Era inevitável fazê-las agora ou perdia-se a oportunidade”, vincou Ana Bastos, considerando que “o pior que se poderia fazer” era avançar com as obras à superfície e manter as infra-estruturas degradadas por debaixo.
Apesar disso, a vereadora salientou que o Município tem procurado gerir as várias frentes das obras e procurar soluções que minimizem o impacto das mesmas.
“Clarifico que a imposição de atrasos ao cronograma, para além dos impactes temporais e financeiros que acarretam, associadas a multas e indemnizações, traduzem-se ainda num arrastar da obra e das perturbações no tempo, remetendo a entrada em funcionamento do SMM para data indeterminada”, alertou.
Para Ana Bastos, as obras “são mesmo inevitáveis”. “Não se consegue desventrar a cidade, através das suas artérias estruturantes, sem impor perturbações aos cidadãos. Facto pelo qual apelo à paciência e à colaboração de todos, para que Coimbra não continue parada no tempo”, afirmou a vereadora.
Fonte: Campeão das Províncias
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