O presidente da Câmara Municipal de Coimbra lamentou, esta quinta-feira, a forma “destrutiva” como estão a ser debatidos os custos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e defendeu que, se esse espírito prevalecesse no passado, Portugal não teria actualmente qualquer monumento.
“Entristece-me um pouco a forma como estão a ser discutidos os custos da Jornada Mundial da Juventude. Não que os custos de tudo não devam ser devidamente debatidos e rigorosamente controlados, mas a forma destrutiva como está a ser feito este debate”, referiu.
Na sua intervenção na abertura das V Jornadas Nacionais da Pastoral do Turismo, que decorrem no Seminário Maior de Coimbra até sábado, José Manuel Silva defendeu que este tema deve ser discutido com seriedade e respeito, não só pela época que se vive, mas acima de tudo “por aquilo que cada investimento traz ao país e deixa como legado para as gerações futuras”.
“Se esse espírito [destrutivo] prevalecesse no passado, nós hoje não teríamos nenhum monumento no nosso país, pois qualquer monumento construído teve uma realidade extraordinariamente despesista para a época em que foi construído. Se prevalecesse a mentalidade com que estão a ser debatidos estes custos, nós não teríamos, por exemplo, o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, entre muitos outros monumentos de norte a sul do país”, sustentou.
O autarca aproveitou a ocasião para realçar que a Jornada Mundial da Juventude irá mobilizar e juntar em Lisboa milhares de jovens peregrinos, estando o Município de Coimbra, “desde a primeira hora, empenhado no apoio a este evento”.
“Tudo faremos para proporcionar a estes jovens uma experiência gratificante e acolhedora. Em Abril iremos receber em Coimbra os símbolos da jornada, que estamos a preparar, com todo o cuidado, de modo a acolher este momento com respeito e a dignidade que merece”, prometeu.
A fechar a sua intervenção, José Manuel Silva confidenciou aos presentes a autoria do seu discurso. “Porque não gosto de plagiar o trabalho de ninguém, quero agradecer este texto ao nosso vice-presidente, responsável pelo pelouro do Turismo, o professor Francisco Veiga”, concluiu.
Os custos da JMJ têm estado em destaque depois de ser conhecido que a construção do altar-palco do espaço do Parque Tejo (com nove metros de altura e capacidade para 2.000 pessoas), a cargo do Município da capital, foi adjudicada à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA), somando-se a esse valor 1,06 milhões de euros para as fundações indirectas da cobertura.
A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de Agosto, sendo esperadas mais de um milhão de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
Fonte: Campeão das Províncias
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