Movimento NMPH denuncia “propaganda pura e dura” na Câmara de Pombal

Os vereadores eleitos pelo movimento Narciso Mota – Pombal Humano (NMPH) acusam a gestão social democrata na Câmara Municipal de Pombal de “pouco eficiente, pouco reivindicativa e pouco determinada”, considerando-a “uma câmara de propaganda, que não assume as falhas e desculpa-se sempre com o passado, esquecendo-se de que também fez parte dele”. Estas acusações foram feitas, na passada sexta-feira (16), numa conferência de imprensa onde fizeram um balanço dos primeiros cinco meses do executivo camarário, liderado pela maioria PSD e encabeçado por Diogo Mateus.

“A nossa candidatura foi anunciada a 6 Janeiro de 2016 em resposta a duas notas provocatórias pelo nosso presidente da Câmara, que contribuiu seguramente para a mudança radical de conduta autárquica”, recordou Narciso Mota, evidenciando que “o nosso legado foi paralisado e renegado”.

O ex-presidente da autarquia olha para os vereadores da maioria como “políticos de carreira” que apenas “pensam na sua imagem, no culto da sua personalidade e no imediato”, não planeando “a curto, médio e longo prazo”. Por isso, candidatou-se para “procurar estas lacunas e estas falhas de gestão autárquicas”, contribuindo para uma “política de eficácia, determinação e de acção”. Afinal, “a oposição também é necessária quando ela é criativa, construtiva e responsável”.

Também a vereadora Anabela Neves aponta “vários aspectos negativos” destes quase cinco meses de mandato, considerando que nas reuniões de câmara “haja um défice de democracia atendendo a que as iniciativas que vêm da oposição são constantemente desvalorizadas pelo presidente da câmara que omite determinados acontecimentos ou contorna as palavras dos vereadores da oposição”. “Esta é uma câmara de propaganda, que não assume as falhas e desculpa-se sempre com o passado, esquecendo-se que também fez parte dele”, acusa aquela eleita, lamentando que “as sugestões da oposição são sempre vistas como destrutivas pelo partido da maioria com receio de perder popularidade”.

“Esta maioria convive muito mal com a crítica” e aparenta “um enorme incómodo, tendo já faltado ao respeito, nomeadamente o presidente da Câmara, por diversas vezes, a elementos do órgão Câmara Municipal”, acusou o vereador Michael António, que está empenhado em “impor o respeito absoluto pela lei e impugnar pelo rigor, pela transparência e por tudo aquilo que diga respeito à gestão da Câmara Municipal de Pombal”. “O facto do executivo camarário desconsiderar estas matérias deixa-nos não só preocupados e apreensivos, como nos faz redobrar os cuidados e a atenção sobre a gestão deste município”, afirmou, assegurando que “não nos vamos deixar intimidar e vamos sempre honrar os compromissos que assumimos com os munícipes, sempre de forma elevada e com uma firmeza inabalável”.

“O sr. Presidente da Câmara sempre que é confrontado ou instado a prestar qualquer esclarecimento, tenta passar um atestado de incompetência das outras pessoas, sobretudo da oposição”, criticou Michael António, acusando Diogo Mateus de “escarnecer, ridicularizar ou contornar as matérias”, passando a ideia de que “só o presidente da câmara é que conhece e domina as matérias”. Além disso, o eleito pelo movimento independente NMPH acusa o líder da autarquia de “constantes interrupções, constantes ameaças de retirar a palavra e constante procura de ridicularizar as pessoas que dele discordam” nas reuniões de executivo camarário.

Enfim, “aquilo que temos vindo a assistir é mandatos de propaganda pura e dura”, numa “tentativa desesperada de associar ao passado tudo aquilo que é negativo ou que de mau possa ter existido nesta autarquia, como se o actual presidente da câmara não tivesse feito parte desses executivos”, concluiu Michael António.

CARINA GONÇALVES