A vereadora da Câmara de Coimbra com a pasta do urbanismo afirma que a maior divergência com as alternativas, apresentadas por um grupo de arquitectos, para a Estação intermodal centram-se na solução para o trânsito do IC2.
“Os princípios de base são convergentes, centrando-se a maior divergência na solução de encaminhamento do trânsito do IC2 entre as duas margens do Mondego”, disse a vereadora Ana Bastos, esta segunda-feira.
A vereadora com a pasta do urbanismo e mobilidade falava na reunião do Executivo sobre a proposta apresentada na semana passada por três arquitectos – Adelino Gonçalves, Luís Paulo Sousa e Paulo Antunes – que defenderam alternativas àquilo que é o plano de pormenor da Estação intermodal que está a ser desenhado pelo arquitecto Joan Busquets e que será discutido e apresentado a 15 de Março.
Numa intervenção dedicada à proposta, Ana Bastos notou que há um princípio consensual de considerar o eixo ribeirinho entre a Portagem e a futura Estação intermodal como “grande eixo de ligação por modos suaves”, mas notou que o estudo de tráfego “aponta para fortes congestionamentos na Rua do Padrão”, o que obriga a manter a função rodoviária no prolongamento da Avenida Aeminium, entre a Ponte-Açude e Coimbra-B.
“Contudo, nada impede que, a prazo, esta via possa ser eliminada [como propõe o grupo de arquitectos], em função da evolução da alteração modal”, notou.
Apesar de o grupo de arquitectos e a autarquia defenderem a demolição do viaduto do IC2 ao longo da Rua do Padrão, a proposta alternativa propõe o desvio do trânsito do IC2 para a rotunda da Fucoli, através de um túnel construído sob o Monte Formoso, e o Município defende uma nova ponte sobre o Mondego, a ligar o IC2 directamente à variante sul a Coimbra.
“Sublinhe-se que este túnel era já uma proposta apresentada pelo estudo de tráfego no plano desenvolvido para a Estação intermodal, na versão de 2010, enquanto medida capaz de mitigar os congestionamentos do nó da Casa do Sal. Para além de ser uma solução muito cara, a verdade é que não resolve a ligação entre as duas margens. Por isso, em 2010, esta solução era complementada pela nova ponte sobre o Mondego”, argumentou Ana Bastos.
A vereadora considerou ainda que a proposta alternativa iria apenas agravar a situação de congestionamento da rotunda da Fucoli e do nó do Almegue.
Sobre a necessidade de se concretizar a ligação da A13 até ao IP3, Ana Bastos mostrou-se de acordo em relação à continuidade daquela auto-estrada, mas considerou que esse investimento não irá resolver “a ligação entre as duas margens”.
“Quem é que acredita que o tráfego com origem no IC2 e no IP3 e norte do concelho, com destino à Baixa, Santa Clara, Solum ou Polo II, é capaz de ser desviado para a A1 ou A13, mesmo que livres do pagamento de portagem?”, perguntou.
No início da sua intervenção, a vereadora criticou a sessão de apresentação do grupo de arquitectos, por considerar que a Câmara de Coimbra foi “arredada da discussão”.
“Onde querem chegar estes movimentos com estas acções fechadas em si mesmas, apenas dirigidas aos meios de comunicação social, antecipando-se ao anunciado debate marcado para o próximo dia 15 de Março?”, perguntou, criticando os autores da proposta por não terem solicitado uma reunião à Câmara ou ao arquitecto Joan Busquets.
A agência Lusa teve acesso à informação enviada pelos arquitectos ao Executivo municipal, com 10 dias de antecedência, dando conta da sessão de apresentação da sua proposta.
O grupo recebeu uma resposta da vereadora, a 19 de Fevereiro, a agradecer a nota informativa enviada.
“Quer eu quer o senhor presidente estaremos fora de Coimbra nesse dia, pelo que, por muito que lamente, não poderei comparecer. Estando certa da posição construtiva desse movimento, […] ficar-vos-ei extremamente grata se nos puderem fazer chegar as principais sugestões/recomendações”, refere a resposta a que a Lusa teve acesso. A Lusa tentou obter esclarecimentos junto de Ana Bastos, mas sem sucesso.
Fonte: Campeão das Províncias
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