O presidente destituído da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), o conimbricense Jorge Fernandes, confirmou hoje à agência Lusa que se vai recandidatar ao cargo para “repor a verdade” e concluir o programa que foi interrompido com a sua destituição.
“Posso confirmar que a candidatura está em movimento. Recandidato-me para repor a verdade e porque não concluí o mandato para que tinha sido eleito há dois anos, mas também por respeito aos meus apoiantes, aos delegados e ao judo”, afirmou Jorge Fernandes.
O anterior presidente, eleito em 2017 e depois em 2020, foi destituído em 18 de Dezembro do ano passado, após inquérito do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), por incompatibilidades ao abrigo do artigo 51 do regime jurídico das Federações Desportivas, mas já tinha admitido a possibilidade de se apresentar ao escrutínio de 19 de Fevereiro.
Em causa, segundo o inquérito, está a contratação em 2021, para a FPJ, de Jorge Alberto Fernandes, filho do presidente destituído, e o facto de o ex-responsável máximo da Federação desempenhar funções de treinador no Judo Clube de Coimbra, dois cenários incompatíveis com as funções que desempenhava.
“Não cometi nenhum crime. Cometi duas ilegalidades, segundo o IPDJ, mas que foram rectificadas”, disse Jorge Fernandes à Lusa, mostrando-se confiante para nova reeleição: “Se assim não fosse, não me recandidatava”.
Por outro lado, Jorge Fernandes enalteceu o facto de haver outra candidatura às próximas eleições, nomeadamente de José Mário Cachada, considerando que a mesma é “bem-vinda” e que promove “um debate de ideias”, ao contrário do que sucedeu em 2020, quando o ex-presidente concorreu sozinho ao escrutínio.
Contudo, deixou um reparo: “Só tenho muita pena de que quem despoletou toda esta situação não se apresente a votos e dê a cara [o inquérito que levaria à destituição de Jorge Fernandes foi aberto após uma queixa apresentada pelo treinador e presidente da Associação de Judo de Castelo Branco, Abel Louro]”.
Confirmada a recandidatura, Jorge Fernandes referiu que vai “começar a trabalhar já hoje para que a candidatura avance”, uma vez que as listas e os respectivos programas têm de ser entregues até 30 de Janeiro.
Além de Jorge Fernandes, na corrida à presidência da FPJ está também José Mário Cachada, antigo praticante de judo, chefe de Divisão da Educação e Cultura na Câmara Municipal de Espinho, e antigo campeão nacional de juvenis da modalidade (1977 e 1978).
Em 2021 foi nomeado embaixador no Plano Nacional de Ética no Desporto, uma iniciativa dinamizada pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
Fonte: Campeão das Províncias
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