Um grupo composto por pelo menos 29 estudantes manifestou hoje o seu repúdio em relação às acções da Universidade de Coimbra, que apresentou uma queixa-crime contra esses alunos após a sua participação numa “ocupação simbólica do antigo edifício dos Serviços Médicos” no dia 25 de Abril.
Em comunicado os alunos explicaram que cerca de 100 pessoas, muitas delas estudantes da UC, participaram na “acção simbólica” para alertar sobre a falta de habitação. Essa iniciativa resultou numa “assembleia popular dentro do edifício onde se partilharam várias queixas, vivências e urgências”.
A Reitoria da Universidade de Coimbra não reagiu favoravelmente à acção, emitindo, na madrugada daquele dia, uma ordem para que as autoridades removessem os participantes do local.
“Pelo menos 29 pessoas foram identificadas e estão agora a enfrentar um processo judicial, na sequência de uma queixa-crime apresentada pela Reitoria da Universidade de Coimbra”, afirmaram os estudantes, ressaltando que “a Reitoria não tentou em nenhum momento contactar as pessoas envolvidas, nem se mostrou aberta para escutar as suas reivindicações”.
A conferência de imprensa, marcada para as 18h00 de hoje, nas instalações da Associação Académica, tem como objectivo “expor aos órgãos de comunicação social e pessoas interessadas as dificuldades que os estudantes e a comunidade de Coimbra enfrentam para ter acesso à habitação”. Durante a sessão, o grupo planeia “divulgar mais informações sobre a acção autoritária”.
A Reitoria da UC afirmou que, “na situação reportada, um grupo de cerca de 20 pessoas ocupou um imóvel da Universidade de Coimbra (antigo edifício dos Serviços Médicos da UC), arrombando a porta de entrada”. A Universidade explicou que o edifício “apresenta condições estruturais frágeis e encontra-se fechado, aguardando obras de reabilitação, não apresentando condições de segurança que permitam a sua utilização”.
As circunstâncias foram comunicadas aos ocupantes, que foram solicitados a sair voluntariamente, sendo alertados sobre a situação de perigo para a sua própria segurança. Os participantes não acederam, levando à intervenção das autoridades para garantir a desocupação e a integridade física de todos.
A Reitoria destacou que tem apoiado as iniciativas dos estudantes, colaborando para a sua realização, desde que se assegure a segurança de todos. Solidária com as dificuldades dos estudantes no acesso à habitação, a UC está empenhada em ultrapassar o problema, com procedimentos em curso para a reabilitação e construção de residências universitárias.
Fonte: Campeão das Províncias
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